A empresa comprou, assim, participação acionária e o direito de comercializar a delafloxacina, uma quinolona em fase de desenvolvimento clínico indicada para tratamento de infeccções graves de pele.
“A Eurofarma é uma das maiores empresas farmacêuticas do Brasil, com um amplo foco terapêutico que inclui terapias hospitalares. Eles estão crescendo rapidamente, liderados por uma equipe com impressionante capacidade de gestão, por isso estamos entusiasmados em construir uma parceria mutuamente benéfica com uma empresa forte", disse Mary Szela, diretora executiva da Melinta Therapeutics, em um press release divulgado, "Esses acordos proporcionam à Melinta capital de curto prazo e assegura seus planos de expansão geográfica”.
Fizemos uma entrevista com Martha Penna, Vice-Presidente de Pesquisa & Inovação da Eurofarma para entendermos melhor o que acontece com as empresas agora e quais os próximos passos.
Que impactos positivos podemos esperar com a parceria?
Além do direito de comercializar um importante antibiótico no mercado brasileiro, a parceria prevê a participação da Eurofarma em comitês científicos e o acompanhamento de outras plataformas de projetos inovadores da empresa americana. Isso gera troca de conhecimento entre as empresas, o que a Eurofarma considera o maior ganho dessa parceria, pois é uma oportunidade de trazer ao Brasil novas tecnologias no desenvolvimento de antibióticos.
Além disso, o acordo com Melinta representa a entrada da Eurofarma no mercado norte-americano, o que representa um grande avanço nos planos de expansão geográfica da companhia.
Que impacto econômico e social poderemos ver com a comercialização da Delafloxacina no Brasil?
O primeiro produto a ser comercializado no Brasil, a delafloxina, irá atender uma necessidade médica atual, que é o tratamento de infecções graves de pele por bactérias multirresistentes. A demanda por novas terapias antimicrobianas é um dos mais graves problemas de saúde pública enfrentados atualmente.
A incidência de infecções graves, incluindo as de pele, tem aumentado no Brasil, assim como a incidência global de resistência bacteriana. Isso aumenta o interesse em produtos como a delafloxacina, que demonstra ação e tolerabilidade favoráveis e superiores aos tratamentos atuais, segundo os estudos clínicos.
Com a compra de participação acionária, como será o relacionamento entre as duas empresas? Na parte gestora, alguém da Eurofarma fará parte do quadro da Melinta?
Os detalhes da governança que ficaram acertados entre as partes nesta transação não podem ser divulgados neste momento.
Há intenção de produção, importação ou exportação de outras fórmulas?
Sim. O acordo prevê o co-desenvolvimento de outros medicamentos, mas isso deverá acontecer em médio/longo prazo, visto que a delafloxina também está sendo estudada para indicação em infecção urinária complicada e infecção intra-abdominal, além das infecções de pele cujos estudos em fase 3 se encontram em fase final.
