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Martin Kelly, investimentos em saúde pela IBM

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Martin Kelly é parceiro da iniciativa em Venture Capital da IBM, voltada às startups de saúde digital, chamada HealthXL. Ele estará no Health 2.0 Latin America, que ocorrerá agora nos dias 6 e 7 de dezembro como um dos keynotes.

Martin, conte-nos sobre você e os seus passos até chegar ao HealthXL:

Trabalhei com TI por mais de 20 anos, em inúmeros tipos de indústrias. Antes de entrar para o venture capital, estive na área da saúde, farmacêutica e setor público. Há 7 anos, fui convidado a me juntar ao grupo de VC da IBM na Europa. Nos últimos anos, foquei em ajudar empreendedores e ajudei a criar, por exemplo o programa IBM SmartCamp, que é um evento global, para ajudar as startups a levantar investimentos.

No ano passado, voltei para a saúde, com o HealthXL, que é um programa específico para empreendedores em saúde digital.

O que é a HealthXL?

HealthXL é um programa criado especificamente para a saúde digital. Ele reúne empreendedores, investidores chave, parceiros corporativos e mentores. Nós trabalhamos com as corporações para identificar áreas de interesse, procurando por companhias que poderiam ajudar a desenvolver as idéias das startups. E, então, trazemos os investidores ou fazemos os investimentos nós mesmos. Além disso, é um programa de abrangência global e, por isso, fazemos eventos em diferentes localidades ao redor do globo. Nós temos times da América, Austrália, África, etc. Nossa central de operações fica na Irlanda e Reino Unido, mas temos mentores de todos os lugares do mundo e, por isso, temos uma grande rede de networking.

Como se inscrever no programa da HealthXL?

Nós temos um site, onde as pessoas podem nos contactar. Feito isso, agendamos uma conversa para tentarmos entender o que estão desenvolvendo. É algo muito pessoal. Não temos um formulário específico. É tudo muito pessoal mesmo. Então, conversamos com os nossos membros e patrocinadores/parceiros para saber se há interesse em investir. Se houver, convidamos os empreendedores para se juntarem a nós nos nossos eventos, para nos conhecermos melhor. Depois, vemos o que pode acontecer!

Qual o diferencial do programa?

Nós pensamos globalmente. Vários outros programas focam apenas nos EUA. Nós realmente achamos que a oportunidade é global.

Outra diferença é que nós estamos muito engajados no que os nossos parceiros corporativos estão interessados e, assim, tentamos fazer a conexão entre o empreendedor e o mundo corporativo. E nós realmente ajudamos a trazer a esses dois os investidores.

Como tem sido a experiência em trabalhar com startups na Europa e nos EUA?

Eu penso que no geral, há várias similaridades. Eu penso que os EUA tem um mercado muito grande. Por exemplo, o que ocorre em São Francisco é muito diferente do que ocorre em Minneapolis. Assim como o que acontece em Londres difere do que acontece em Kiev ou Praga. Portanto, uma boa parte dos fatores determinantes não está necessariamente ligado ao continente, mas sim à cidade em que está. Esse é o primeiro ponto a ser mencionado.

Também penso que é óbvio que não há lugar nenhum no mundo como o Silicon Valley em termos da quantidade de capital disponível e da grandeza de talento. Mas, na Europa há vários pontos positivos em termos de saúde e acesso a potenciais consumidores e parceiros corporativos.

Por que a IBM decidiu criar a HealthXL? Por que não fizeram parceria com as incubadoras existentes ao invés de criar uma própria?

Porque nós pensamos que a saúde precisa mudar. Nós achamos que há diversos e significantes problemas com a saúde globalmente. E quando olhamos  para o que acomete a população, em termos de envelhecimento, obesidade e doenças crônicas, pensamos que a tecnologia e os empreendedores são uma peça fundamental para ajudar a consertar esse quadro. E sabemos que precisamos de investidores, pois os empreendedores não vão conseguir fazer isso sozinhos.

Então, o que tentamos fazer é isso: trazer grandes companhias em nossos eventos para apresentá-as aos empreendedores, conectamos eles.

Outro fator que nos fez criar a HealthXL foi que conversamos com diversas aceleradoras e não encontramos nenhuma que buscasse o mercado global. A maioria focava nos EUA. E nós realmente percebemos que a oportunidade era global, que havia muitas oportunidades interessantes em todo o globo. Desse modo, nós criamos uma aceleradora própria, porque não conseguimos encontrar nenhuma que já estivesse fazendo isso.

Como fica a questão da propriedade intelectual no programa da HealthXL?

Nós somos bem abertos. Se os empreendedores não se sentirem confortáveis em compartilhar, então não precisam fazer isso. Uma razão para as inovações não acontecerem é porque logo no começo as pessoas começam a falar sobre NDA (non disclosure agreement). Em algumas vezes, não há problema algum, mas em outras há uma quebra do progresso logo no início. Assim, nós somos muito abertos quanto a isso.

E a IBM divide/requere algum equity?

A IBM não divide equity com as startups. A IBM é uma patrocinadora e investidora. A HealthXL é uma entidade separada e investe em algumas companhias e startups e tem feito alguns investimentos em equity.

Quais startups se destacaram no programa?

Eu penso que todas são excelentes. Startups de todo o mundo estão fazendo coisas interessantes. E o que nos deixa animados é que quando pressionamos os empreendedores para resolver os problemas, as soluções começam a aparecer de todos os lugares.

Dê-nos alguns conselhos aos empreendedores de saúde.

Eu acredito que você tem que seguir o seu coração, realmente acreditar que quer mudar o quadro atual. Penso também deve focar no problema do consumidor, no que o paciente precisa e deve tentar entender isso. E depois você pode começar a pensar em como monetizar o seu empreendimento. Eu penso que é realmente importante entender quem o consumidor é, qual o seu problema, quem é o paciente. Se você fizer isso e bolar algo interessante, provavelmente terá sucesso.

E como fazer isso?

É muito simples. Fale com eles! É engraçado isso que eu disse, mas há milhares de empreendedores de diversos segmentos que se ocupam construindo o produto e não saem do escritório para conversar com os consumidores. Eles precisam entender não qual é a solução, mas qual é o problema e, então, sair às ruas para falar com o máximo de pessoas que conseguir.

Como enxerga o mercado brasileiro? É um mercado de interesse da Venture Capital da IBM?

Com toda a certeza é um mercado de interesse da IBM. Penso que o Brasil é um mercado muito empolgante, de uma maneira geral. Eu estive lá há um ano rodando o nosso programa SmartCamp e fiquei muito impressionado com o nível de empreendedorismo de diversos novos empreendedores e com o interesse das Venture Capitalists. Eu preciso entender mais sobre o mercado brasileiro e esse é um dos motivos para eu ir ao evento do dia 6 e 7 de dezembro, o Health 2.0.

Gostou da entrevista? Martin Kelly responderá muitas outras dúvidas que os empreendimentos em saúde trazem no Health 2.0 Latin America, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de dezembro.

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