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Como melhorar o ecossistema de inovação no Brasil?

Article-Como melhorar o ecossistema de inovação no Brasil?

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Painel do evento da GE e The Economist tem como tema "Seeding innovation: improving Brazil's ecosystem for disruptive innovation".

O segundo painel do evento promovido ontem pela GE e pela The Economist teve a presença do Dr. Giovanni Guido Cerri, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Dr. Miguel Cendoroglo, e Dr. Dário Speranzini, diretor da América Latina da GE Healthcare Latin America e foi chamado de Seeding innovation: improving Brazil's ecosystem for disruptive innovation.

O Dr. Giovani disse que vê grandes dificuldades para o Brasil e a que a inovação precisa de uma mudança de cultura. No Brasil,mas boas universidades são públicas e, há alguns anos, havia muito preconceito frente a cooperação público-privada e essa cooperação precisa ser trabalhada e haver maior participação dos jovens das universidades, criando projetos e empresas já dentro da universidade. Existe muito a ser feito e só teremos algo, caso a indústria e a universidade se convençam da importância que isso tem dentro da universidade. Precisamos buscar uma relação mais ativa entre as duas áreas.

Já o Dr. Miguel disse que tem focado bastante na eficiência do sistema de saúde e que há uma percepção de que há muita ineficiência e desperdício. Logicamente, tecnologia pode contribuir de várias formas, mas precisamos focar nas lideranças operacionais, pois eles não são capacitados para a entrada da nova tecnologia na rotina deles. A busca de referenciais em outras indústrias pode ser bastante benéfica para a saúde, pois podemos ter melhorias na redução de custos e no fluxo do paciente. No Einstein, a construção de um leito custa cerca de 1 milhão de dólares, valor semelhante ao que vemos nos EUA e os hospitais referência no pais tem conseguido adiar a necessidade de busca de investimentos para expansão e melhoria de qualidade com redução de custos e aumento de eficiência.

Já segundo o Dr. Daurio, cada país tem um cenário que permite uma configuração do sistema de saúde diferente. No entanto, uma característica entre todos eles é a busca pela melhoria de gestão para redução de custos e de desperdício associada ao aumento de eficiência.

A conexão entre as esferas do setor deve ser feita com base no paciente e ele deve motivar a melhoria de todo o sistema. A falta de infra-estrutura do país e a concentração dos serviços mais bem-sucedidos em cidades maiores nos leva a um problema maior de acesso e de qualidade de serviço que só um país com as dimensões do nosso pode sofrer. Para o novo governo, a infra-estrutura deve ser foco e a parceira público privada precisa ser aumentada para que os projetos ocorram muito mais rapidamente e aumentem os resultados finais para a saúde.

O componente ideológico da saúde é mais forte que nos outros setores e, por isso, somos os últimos nas parcerias público privadas. Deveríamos buscar essas parcerias onde existem participações de investimento do setor privado. O quadro atual é de um setor público com cada vez menos capacidade de investimento e criar oportunidades para o setor privado investir no setor público é uma saída obrigatória para sairmos dessa dificuldade.

Segundo Dr. Giovanni, quanto à qualificação profissional, a abertura de muitas escolas médicas sem foco na qualidade pode ser pior do que investir em qualidade nas que já existem. O ensino é a base do crescimento do país e o Brasil perdeu oportunidades de investir em educação ao longo do tempo. Agora, alguns investimentos estão sendo feitos na área e isso precisa ter foco estrito na qualidade do ensino.

Como fazer isso?

Dr. Miguel citou o uso da tecnologia para a criação de cenários, comportamentos e competências, muito mais que conhecimento técnico. Além da questão técnica, temos um Gap maior ainda em comportamento. As competências que dizem respeito a como atender o paciente dizem respeito aos valores que temos, às questões técnicas. O Dr Daurio citou o investimento em pesquisa e desenvolvimento da GE no Brasil para desenvolvimento de produtos que atenderão o paciente local, não o paciente americano ou europeu.

Que recomendações de políticas públicas vocês recomendariam?

Segundo Dr. Giovanni, na Faculdade de Medicina da USP, eles perceberam que era difícil de entrar na faculdade e fácil de sair. A universidade se omitia na avaliação do seu produto final, mas, recentemente, eles sofreram uma reforma curricular que avalia o produto final. Um exemplo dado por ele foi o seguinte: no HC, fizeram um processo seletivo para técnico de enfermagem, com 5000 candidatos e todos foram reprovados. Essas instituições que os formam deveriam ser penalizadas. O governo deveria fazer as instituições se responsabilizarem pelo aluno. Além disso, devemos criar parceiras com indústrias para que o estudante já saia com uma idéia do que o mercado precisa.

Já segundo o Dr. Miguel, uma integração do sistema público com a saúde suplementar. Precisa haver um sistema nacional integrado de saúde. Outra questão é o tratamento do ponto do desperdício. Algumas instituições estão discutindo a necessidade do aumento de leitos, mas ele acredita que é preciso aumentar a eficiência dos leitos e não somente o número

O Dr. Daurio disse que é necessária a criação de um sistema conectado entre municípios, estado e pais e que qualquer país que queira fazer transformação não consegue fazer isso sem informação. Precisamos passar a usar o sistema analítico para prever tendências e necessidades do sistema de saúde. Se tivermos centros de excelência para preparar universidades e centros de inovação, poderemos aumentar a produtividade e qualidade do atendimento.

TAG: Inovação