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Como a "internet das coisas" vai mudar a gestão dos serviços ambulatoriais em saúde

Article-Como a "internet das coisas" vai mudar a gestão dos serviços ambulatoriais em saúde

Você já deve ter ouvido falar na "internet das coisas", mas pouco tempo temos dedicado à compreensão do que ela vai representar para a saúde.

Você já deve ter ouvido falar na "internet das coisas", mas pouco tempo temos dedicado à compreensão do que ela vai representar para nosso trabalho na área de saúde. Pois prepare-se: o impacto será grande e já começou. Você está preparado para interagir com o crescente volume de produtos que geram dados, armazenam e convertem os mesmos em informações, e consequentemente aprimoram o seu desempenho?

Estamos vivendo a transição para a nova realidade da "internet das coisas", onde os produtos desenvolvidos possuem conexão com sistemas inteligentes que captam, manipulam e armazenam informações. E, ainda mais, dão feedbacks de conteúdo que transformarão nossos insights e decisões. A gestão da sua saúde não será a mesma, tanto no contexto pessoal como populacional. Imagine-se usando um equipamento que pode ser vestido ("wearable device"), que passe a captar informações sobre sua atividade física durante um dia habitual de trabalho, calculando distância percorrida e calorias queimadas. Mas que vá além: que disponibilize estas informações em base de dados que interaja com seu prontuário eletrônico pessoal ("personal health record"), ou até mesmo com o prontuário eletrônico do consultório do seu médico. Interessante?

Os produtos inteligentes e conectados poderão proporcionar ainda mais valor: poderão, por exemplo, adaptar sua orientação nutricional recebida na última consulta, fornecendo novas sugestões alimentares em caso de mudança de comportamento de atividades físicas. Outro exemplo: você poderá receber um alerta, ao final do dia, informando que seria recomendável dormir mais cedo hoje, já que você precisará de maior tempo de repouso para se recuperar da maior carga de atividades executadas no período em que esteve caminhando no parque. As possibilidades são infinitas, com fluxo contínuo bidirecional de informações, inteligentemente traduzidas para que você se sinta mais poderoso no controle da sua saúde.

Garantia de confiabilidade

Os produtos inteligentes trabalham com informações muito mais confiáveis que os modelos analógicos tradicionais, aos quais fomos habituados. Alta qualidade e reprodução: poucas perdas operacionais, multiplicação em larga escala e, por fim, redução dos custos unitários por informação gerada. Imagine: podemos medir o custo de uma mudança de comportamento? Claro que sim! E esta mudança ficará cada vez mais barata, com a disseminação da "internet das coisas". Ao reduzir o custo unitário das intervenções e seus resultados, estaremos contribuindo para a maior eficiência dos sistemas de saúde, podendo redirecionar investimentos para outras áreas menos impactadas por este modelo específico de transformação.

O papel do profissional de saúde

Não há perspectiva de curto prazo para a substituição do trabalho dos profissionais de saúde por estes produtos, porém, o mercado exigirá que estes profissionais se reinventem. Profissionais de saúde que oferecerem, em seus consultórios de atendimento, alternativas de interação com estes produtos conectados partirão na frente para conquistar o novo consumidor de serviços de saúde. Poderão ampliar fatia de mercado de pacientes. Como? Ampliando contato, criando maior capacitação dos pacientes para controle de sua saúde, permitindo redução do número de intercorrências previsíveis (com planos de ação e prevenção) e, em última instância, amplificando o potencial de satisfação em seus serviços.

A "internet das coisas" permitirá para este profissional e para o seu paciente o real monitoramento de informações, o controle do estado funcional, a personalização da experiência do auto-cuidado, e a maior autonomia. Outra consequência natural deste processo: potencial redução na utilização dos serviços ambulatoriais e hospitalares, com melhor desempenho das ações preventivas. Informação disponível onde precisamos que ela esteja: nas mãos do paciente e de bons profissionais, ambos dispostos a criar uma verdadeira disrrupção no modo como entendemos a prestação dos cuidados em saúde.

Incorporação tecnológica para a melhor gestão assistencial ambulatorial

Diferentemente do ambiente hospitalar, onde as incorporações tecnológicas são mais frequentes, no contexto ambulatorial estas inovações são menos comuns, mas podem ser igualmente impactantes. O poder das estratégias de prevenção pode reduzir a necessidade de utilização hospitalar. Tanto para os eventos de baixa como de média-alta complexidade. Comparecer a um pronto-socorro pode ser menos comum quando se puder dispor de mecanismos mais eficientes de comunicação com profissionais de saúde e de interação com estes produtos inteligentes e conectados. Mais uma vez, não podemos nos opor às oportunidades que surgem no horizonte, mas sim antecipar as dificuldades e desafios, discutindo regulamentação e segurança das informações. Evidentemente a "internet das coisas" trará também bons impactos no meio hospitalar, mas a grande revolução estará brevemente em nossas casas e consultórios. Ou seja, onde quer que estejamos.