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Como funciona a parceria que oferece Atenção Primária remota para 4,5 milhões de vidas

Article-Como funciona a parceria que oferece Atenção Primária remota para 4,5 milhões de vidas

Foto-Amparo

Através da telemedicina, a Amparo vê mais uma forma de engajar, estabelecer vínculo e coordenar o cuidado dentro dos princípios da Atenção Primária

A parceria recém-formada entre a rede de clínicas privadas de Atenção Primária à Saúde (APS), Amparo, e a entidade que congrega autogestões em saúde, Unidas, prevê o atendimento remoto a todos seus beneficiários, que somam em torno de 4,5 milhões de vidas das mais de 100 filiadas. A plataforma utilizada foi desenvolvida pela própria Amparo, assim como o agendamento e prontuário eletrônicos integrados, tudo em compliance com a LGPD.

O registro de informações geradas em consulta foi uma das principais preocupações durante o desenvolvimento do produto. O prontuário eletrônico possui todos os campos estruturados que alimentam dashboards com as informações em tempo real. Cada filiada poderá, assim, escolher quem terá acesso a que tipo de informação e construir seu próprio painel para acompanhamento operacional e clínico. “A ideia é que eles tenham uma sala de guerra onde possam monitorar em tempo real todos esses indicadores pra tomada de decisão estratégica em relação as suas carteiras”, afirma o Dr. Gentil Jorge Alves, sócio diretor de relações com o mercado da Amparo.

Além da inteligência de estratificação de saúde populacional, a Amparo criou e acoplou nesta plataforma uma inteligência de risco de gravidade dos pacientes. Através de questionários preenchidos durante o primeiro ponto de contato do beneficiário nos canais digitais, é possível gerenciá-lo adequadamente para as filas de atendimento.

O projeto disponibiliza dois modelos de atendimento às filiadas. No modelo A, chamado de Amparo.way, o atendimento é feito pelos profissionais da Amparo, enquanto no modelo B, é concedido todo aparato tecnológico (agendamento, prontuário, videoconferência) para que os profissionais credenciados pelas filiadas prestem a assistência.

A segunda opção permite que médicos que atendiam apenas em consultórios ampliem as possibilidades de ofertar seus serviços através da telemedicina. “Para nós também é uma oportunidade de conectar com esses médicos e construir uma rede de referência de especialistas, onde eventualmente a gente encaminhe pacientes, se for necessário”, complementa Emilio Püschmann, fundador e CEO da Amparo.

As operadoras que escolherem o modelo B não são obrigadas a cadastrarem toda sua rede de profissionais. O que Gentil recomenda é o cadastro dos médicos que estão dispostos a trabalhar dentro de protocolos bem ajustados de referência e contra referência, para que o compartilhamento dessas informações seja favorável a todos.

O enfrentamento da pandemia de covid-19 foi um grande objetivo para a parceria, mas sem perder de vista o tratamento de outras doenças que continuam acometendo a população independentemente do novo coronavírus. “Se a gente não tratar essas doenças agora isso vai ser uma sobrecarga ainda maior para o sistema de saúde no futuro, quando a vida retomar algum tipo de normalidade. Temos que ter essas situações bastante equilibradas”, reforça Gentil.

Para a Amparo, a remuneração per capita com bonificação por desempenho é a mais alinhada com seu modelo de gestão de saúde e a encorajada nas contratações por cada filial. Porém, sabendo das dificuldades e limitações de cada operadora em adotar este padrão, neste momento estão trabalhando de forma híbrida, ou seja, alguns contratos em fee-for-service por tempo determinado.

Todo desenvolvimento dos produtos tecnológicos da Amparo já estava adiantado. A regulamentação do uso da telemedicina era vista apenas como uma questão de tempo, que se concretizou durante a pandemia. As certificações digitais exigidas para os médicos já estavam preparadas, inclusive parcerias para prescrições digitalizadas.

Para Gentil, o papel do CFM e outros conselhos daqui para a frente será o de ajuste fino. “Vai caber ao CFM e aos CRM normatizarem a excelência no uso. [A regulamentação] foi uma evolução, não vejo como sendo uma solução só para o momento da pandemia. É obvio que veio para ficar e agora a gente tem que ajustar, o mercado tem que se ajustar nas boas práticas”, finaliza o médico.