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Chega ao Brasil mais de 700 mil novos testes para Covid 19

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Médico explica as principais diferenças entre os tipos de exames disponíveis no país e qual a nível eficácia dos testes nos pacientes em estágios diferentes de contaminação

No mesmo dia em que o Brasil supera a marca de 1.300 mortes e mais de 23 mil pessoas infectadas pelo novo Coronavírus, chega ao país a carga com mais de 726 mil exames para detectar o vírus.

Em formato de kits, os testes vão abastecer as unidades hospitalares de todo o Estado de São Paulo, hoje atual epicentro da pandemia. Até o final deste mês, outros 500 mil testes devem chegar à capital paulistana para atingir a meta de realizar 1,3 milhão de exames e reduzir assim os casos de subnotificação de covid-19.

Vinda da Ásia a carga fez uma viagem de dois dias e transportando no bagageiro o teste do tipo RT-PCR (Transcrição Reversa Seguida de Reação em Cadeia da Polimerase, na sigla em inglês). Recomendado pela Organização Mundial da Saúde e considerado o mais seguro e eficaz pelas autoridades médicas, este tipo de teste - chamado também de biomolecular - identifica o vírus ainda em estágio inicial, fase em que o vírus ainda está agindo no organismo. "O teste do tipo RT-PCR é o mais seguro e eficaz atualmente. A amostra é colhida da secreção nasal, encaminhada ao laboratório e analisado com o objetivo de detectar o RNA (material genético do vírus). Ele ajuda a diagnosticar precocemente a doença, porque já aponta a presença do vírus no início dos sintomas", explica o médico Rafael Jácomo, Diretor Técnico do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica.

Além disso, o Brasil oferece também os testes rápidos, que é feito por meio de coleta de sangue do paciente e pode fornecer resultado em até uma hora. "Eles são indicados para estágios mais avançados da doença, após 5 ou 6 dias e os de detecção de antígenos um pouco antes disso, mas pouco se sabe, efetivamente, sobre a performance deles. Um resultado negativo para o vírus não exclui a possibilidade de infecção, principalmente se o paciente ainda estiver no estágio inicial da doença (primeiros 10 dias desde a contaminação)", afirma o especialista. Ou seja, há riscos de falsos negativos em resultados dos testes rápidos e a interpretação errada que se pode ter deles. "Para a estratégia de testagem e diagnóstico precoce eles não conseguem dar a resposta que precisamos", alerta.

O médico explica ainda que o tempo de demora para o resultado pode variar de acordo com o exame. Segundo o especialista, o teste de PCR envolve detalhes e procedimentos imprescindíveis para a precisão de resultados e pode levar algumas horas, dependendo do instrumento e do procedimento adotado. "Os outros dois podem ser realizados individualmente com resultados em poucos minutos, mas o PCR depende de toda uma estrutura laboratorial disponível. O que podemos afirmar é que o teste molecular, PCR, é considerado o mais preciso é o que a OMS indica como definidor para diagnóstico", aponta.

Jácomo esteve à frente da equipe de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Sabin no desenvolvimento do teste para detecção do vírus. "Foram mais de duas semanas de trabalho e conseguimos desenvolver o exame com metodologia própria em 20 dias. Já realizamos mais de 12 mil testes RT-PCR, até o momento e temos capacidade mensal é de cerca de 20 mil exames, com abastecimento continuado de insumos e materiais e nosso método de diagnóstico é baseado em técnicas de PCR, que está muito mais estabelecido e permite o diagnóstico mais preciso da doença", esclarece.

Além dos testes para detectar o novo Coronavírus, o Grupo Sabin também já possui experiência com teste de edificação de doenças devido a outras epidemias como Zika, Dengue, H1N1. "Quando começamos as etapas de validação do teste para o Covid 19, o vírus ainda não circulava no país. Selecionamos um grupo de 60 pessoas saudáveis para testar as sequências e identificar quais acusavam o falso positivo. Em seguida, com partes do vírus, estudamos as sequências e ensaios que detectaram a presença do no corpo humano", finaliza.