O mercado de dispositivos médicos registrou um crescimento de 11,5% em 2024, impulsionado pelo segmento de reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro, que teve alta de 28,4%. Os dados são do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), recém-divulgado. Outros segmentos também apresentaram crescimento: materiais e equipamentos para a saúde avançaram 5,6%, enquanto próteses e implantes (OPME) subiram 5,2%.
Essa retomada se reflete no mercado de trabalho, que cresceu 3,7% no período. Entre janeiro e dezembro, foram abertas 5.358 vagas na indústria e no comércio do setor, elevando o número total de trabalhadores para 149.955—sem incluir profissionais de serviços diagnósticos e terapêuticos. O maior crescimento foi registrado no comércio atacadista de instrumentos e materiais médicos, cirúrgicos, ortopédicos e odontológicos, com a criação de 1.539 postos de trabalho.
O comércio exterior também acompanhou essa tendência. As importações de dispositivos médicos cresceram 19,4%, atingindo US$ 8,01 bilhões, enquanto as exportações subiram 8,7%, totalizando US$ 852 milhões.
Cenário de recuperação e desafios para 2025
Apesar da recuperação do setor em 2024, a ABIIS alerta para desafios no cenário global. “Iniciamos 2025 atentos às tensões comerciais e geopolíticas internacionais, já que as tarifas de importação dos Estados Unidos podem impactar o comércio de produtos médicos entre os dois países. No entanto, no Brasil, a expansão do 5G promete revolucionar a saúde, viabilizando maior conectividade, tempos de resposta mais curtos e aumento na capacidade de tráfego de dados. A Inteligência Artificial já está presente em diversos hospitais privados e também chegou ao setor público, como no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) de São Paulo”, analisa José Márcio Cerqueira Gomes, presidente executivo da ABIIS.
Internações, cirurgias e exames crescem no SUS
O boletim também aponta crescimento nas internações pelo SUS, que aumentaram 4,8% em 2024, totalizando 13,8 milhões de hospitalizações. O maior avanço foi observado nos métodos de diagnóstico em especialidades, com alta de 15,5%. Já as internações para tratamentos clínicos cresceram 3,9%, enquanto os procedimentos obstétricos registraram queda de 9,9%, levando ao fechamento de 320 leitos obstétricos no SUS e 287 na rede privada.

As cirurgias no SUS aumentaram 7,6%, com 6,2 milhões de procedimentos realizados. Os destaques foram cirurgias do aparelho da visão (+23,1%) e de pele, tecido subcutâneo e mucosa (+17,1%).
Os exames na rede pública também tiveram alta, crescendo 6% e somando 1,3 bilhão de procedimentos no ano. O diagnóstico por tomografia aumentou 16,4%, enquanto a ressonância magnética avançou 12,4%.
O Boletim Econômico ABIIS é produzido pela Websetorial Consultoria Econômica e traz um panorama detalhado da evolução do setor no Brasil. Acesse o boletim completo.
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