A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) lançaram a Diretriz de Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética Cardiovascular 2024, um marco na utilização de métodos de imagem no diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. O documento propõe diretrizes baseadas nas mais recentes evidências científicas, garantindo maior eficiência clínica e evitando desperdícios. 

Tomografia como exame de primeira escolha 

A nova diretriz consolida o papel da angiotomografia como o exame de primeira escolha para o diagnóstico não invasivo de pacientes sintomáticos de risco baixo a intermediário e assintomáticos de risco muito alto. Além disso, destaca como a tomografia pode esclarecer dúvidas levantadas por outros exames não invasivos e auxiliar na avaliação de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca ou implante de stents. 

“Nos casos de avaliação de artérias coronárias por tomografia, a diretriz mostrou que o exame oferece a melhor relação custo-benefício para esses pacientes”, explica o cardiologista Ibraim Masciarelli Francisco Pinto, consultor médico do Grupo Fleury e colaborador do novo documento.  

Ressonância magnética e personalização do tratamento 

A ressonância magnética continua sendo o padrão-ouro na avaliação de viabilidade miocárdica e no diagnóstico de cardiomiopatias cuja causa não seja identificada por outros exames, como a ecocardiografia. Em casos específicos, como a amiloidose, passou a ser recomendada também para o acompanhamento do tratamento. 

Já para cardiopatias estruturais, a diretriz indica a tomografia como ferramenta essencial no planejamento de procedimentos menos invasivos, como implantes de válvula aórtica. “Com essas recomendações, conseguimos determinar com maior precisão quais intervenções oferecem o melhor prognóstico para os pacientes”, ressalta Masciarelli. 

Eficiência clínica e redução de custos 

Além de otimizar o planejamento clínico, as novas diretrizes têm o potencial de reduzir custos ao evitar exames desnecessários e agilizar diagnósticos. O documento também enfatiza formas mais seguras de realização dos exames, priorizando a redução da exposição à radiação na tomografia e ao contraste na ressonância. 

Outra inovação é a recomendação de que algumas avaliações anteriormente realizadas apenas por ressonância, como a análise de cicatrizes no músculo cardíaco e a avaliação da irrigacão sanguínea, possam ser feitas por tomografia, tornando o diagnóstico mais rápido e acessível. 

Tomografia no planejamento cirúrgico 

O exame por tomografia tem se tornado essencial no planejamento de procedimentos cardíacos minimamente invasivos. Segundo Masciarelli, a tomografia passou a ser indispensável para decidir entre cirurgia convencional e procedimentos por cateter em tratamentos da válvula aórtica, mitral e tricúspide, reduzindo o tempo de internação e otimizando recursos. 

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