A pesquisa Pesquisa Salarial do Médico, conduzida pelo Research Center da Afya, destaca que as médicas ganham, em média, 23% a menos do que seus colegas homens. A pesquisa revela que a renda mensal das mulheres na medicina é de R$ 17.535,32, enquanto a dos homens alcança R$ 22.669,86. 

A diferença de aproximadamente R$ 5.135 é atribuída a dois fatores principais: a remuneração por hora, que para os homens é de R$ 417, enquanto para as mulheres é de R$ 370, representando uma diferença de R$ 48 (11,4%). Além disso, as médicas dedicam 47,4 horas semanais à profissão, contra 54,3 horas dos homens, uma disparidade de 6,9 horas por semana (12,6%). 

A desigualdade salarial é observada em todas as categorias analisadas, incluindo faixa etária, região e nível de formação. Para os profissionais com idades entre 45 e 55 anos, a diferença de renda é menor, cerca de 8,1%, indicando um certo equilíbrio salarial nesta faixa etária. 

Em relação às regiões, o Sul apresenta a menor diferença salarial, com 15,4%, enquanto nas demais regiões a disparidade varia entre 22% e 24%. No Norte, a diferença é de 22,6%, no Nordeste 22,2%, no Centro-Oeste 24,2%, e no Sudeste 24,9%. 

A desigualdade também se reflete no nível de formação. Médicos especializados ganham, em média, 22,4% a mais do que médicas com as mesmas qualificações, sugerindo que as mulheres continuam enfrentando obstáculos para avançar em termos financeiros e profissionais, mesmo com formação equivalente. 

Maternidade e jornada de trabalho 

O estudo também observa que as médicas mães dedicam em média 46,7 horas semanais à profissão, enquanto os médicos pais trabalham 55,2 horas. Para as médicas divorciadas ou separadas com filhos, a carga horária semanal sobe para 50,7 horas, indicando que as responsabilidades familiares podem impactar a jornada de trabalho. 

“Conciliar vida pessoal e profissional ainda é um desafio para as mulheres, que enfrentam múltiplas jornadas. A desigualdade salarial, especialmente nas horas trabalhadas, é um reflexo de uma divisão desigual das responsabilidades dentro e fora de casa. Para avançarmos, é essencial que essa divisão seja mais equilibrada, o que contribuirá para a redução dessas disparidades”, afirma Eduardo Moura, médico e diretor de pesquisa do Research Center da Afya. 

A pesquisa entrevistou 2.637 profissionais de todas as identidades de gênero, entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, com margem de erro de 1,9 ponto percentual e nível de confiança de 95%. 

Cursos para médicas 

Para apoiar o desenvolvimento das médicas, a Afya oferece, neste Mês da Mulher, acesso gratuito a dois cursos online: Finanças Equilibradas e Introdução à Inteligência Artificial para Médicos. Mais informações estão disponíveis no site da campanha