As exportações brasileiras de dispositivos médicos atingiram US$ 1,17 bilhão em 2024, registrando um crescimento expressivo de 24,6% em relação ao ano anterior. Os produtos foram vendidos para mais de 190 países, reforçando a presença global da indústria nacional. No entanto, as importações do setor também avançaram, subindo 20,49% no período e totalizando US$ 9,79 bilhões, resultando em um déficit comercial de pouco mais de US$ 8 bilhões. 

Desempenho do Brazilian Health Devices 

Entre as 125 empresas participantes do Brazilian Health Devices (BHD), iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) em parceria com a ApexBrasil, as exportações somaram US$ 154,5 milhões para 131 países. Os Estados Unidos, Argentina, México, Chile e Colômbia foram os principais destinos. 

O projeto tem se mostrado estratégico para a ampliação do mercado externo: mais de 81% das empresas exportadoras viram crescimento no volume exportado, 84 companhias conquistaram novos mercados e 46 ampliaram seus portfólios internacionais. “O desempenho positivo nos mostra que o Brazilian Health Devices segue eficiente no seu objetivo de impulsionar a marca Brasil no mercado externo de dispositivos médicos”, destaca José Fernando Dantas, coordenador de Acesso a Mercados da ABIMO. 

Produtos mais exportados 

Ao todo, as associadas da ABIMO exportaram 210 tipos de dispositivos médicos em 2024. Os principais foram: 

  • Artigos e aparelhos ortopédicos 
  • Instrumentos odontológicos 
  • Próteses e artigos afins 
  • Preparações terapêuticas 
  • Instrumentos para medicina e cirurgia 
  • Cimentos para obturação dentária 

Segmentação das exportações 

O segmento de produtos médico-hospitalares manteve a liderança nas exportações, respondendo por 68,54% do total e atingindo US$ 804,89 milhões – um crescimento de quase 32% em relação a 2023. Outros segmentos também avançaram: 

  • Odontologia: US$ 135,97 milhões (+11,7%) 
  • Produtos para laboratório: US$ 123,93 milhões (+15,1%) 
  • Reabilitação: US$ 109,48 milhões (+7,01%) 

Os dispositivos médicos mais exportados no ano incluíram válvulas cardíacas, equipamentos distribuidores e doseadores de líquidos, bolsas e sacos plásticos para uso médico, artigos ortopédicos e categutes esterilizados. 

Destinos das exportações 

Os países do continente americano foram os maiores compradores da indústria brasileira, absorvendo 63,1% das exportações. Estados Unidos, Argentina e México lideraram as aquisições. 

A Europa respondeu por 20,86% do volume exportado, seguida pela Ásia (14,25%). África e Oceania, juntas, consumiram 1,78% dos produtos brasileiros. Entre os principais compradores fora das Américas, destacaram-se a Coreia do Sul e os Países Baixos. 

Crescimento das importações 

Apesar do avanço das exportações, o setor também viu um aumento significativo nas importações, que totalizaram US$ 9,79 bilhões. Cerca de US$ 5 bilhões foram destinados à compra de produtos para laboratório, que representaram mais da metade do volume importado. Os produtos médico-hospitalares responderam por 38,93% das importações. 

Os principais fornecedores do Brasil foram Estados Unidos, Alemanha, China, Irlanda e Suíça. Entre os itens mais adquiridos estão produtos imunológicos para uso laboratorial, instrumentos e aparelhos médicos e cirúrgicos, reagentes de diagnóstico e sondas e cateteres.