A Saúde Suplementar no Brasil deu um passo importante em direção a um sistema mais justo, acessível e inclusivo. Durante o Congresso Nacional de Hospitais Privados (CONAHP) 2024, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), representada pelo presidente Paulo Rebello, e a CEO da TM Jobs, Tânia Machado, assinaram uma carta de intenção e recomendação. O documento reforça o compromisso com políticas de diversidade e inclusão nos serviços de saúde suplementar, buscando atender às necessidades de todos os beneficiários, independentemente de orientação sexual, identidade de gênero, deficiência ou raça. 

Segundo Rebello, o momento simboliza o início de uma transformação necessária para tornar o setor de saúde mais humanizado. “Essa assinatura é o primeiro passo para a construção de um mundo mais empático, onde as adversidades do outro sejam compreendidas. É uma pequena, mas importante contribuição da ANS para um setor que atende 25% da população brasileira, ou seja, 51,4 milhões de pessoas”, afirmou. 

Medidas práticas para inclusão 

Desde 2023, o grupo responsável pela iniciativa trabalha na criação de um formulário com perguntas inclusivas, que permitirá a coleta de dados relevantes dos beneficiários no momento de adesão ao plano de saúde. Esse recurso será essencial para identificar diferentes públicos, compreender tipos específicos de deficiência e determinar as necessidades de acessibilidade e o tom da comunicação adequado para cada pessoa. 

Além disso, uma cartilha está sendo desenvolvida para orientar profissionais sobre como acolher de forma inclusiva a população LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência (PCDs). “Hoje, os beneficiários não se reconhecem nos formulários de inscrição. A falta de dados torna essas populações invisíveis para os serviços de saúde”, destacou Tânia Machado. Ela acrescenta que um atendimento humanizado não só aproxima essas pessoas dos serviços de saúde, mas também é crucial para promover igualdade no setor. 

Desafios e oportunidades 

Dados do Censo de 2010 do IBGE mostram que o Brasil possui 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, sendo que 12,7 milhões enfrentam comprometimentos significativos e dependem de espaços e serviços acessíveis. Globalmente, populações marginalizadas enfrentam barreiras relacionadas à identidade de gênero, deficiência, orientação sexual e saúde mental. 

Para Tânia Machado, iniciativas como essa são essenciais para combater a exclusão e garantir um atendimento mais justo e eficiente. “Como executiva do setor de saúde, sempre quis deixar um legado de transformação e educação. Essa carta é apenas o começo de um trabalho contínuo com a ANS e outras instituições, visando uma verdadeira mudança”, concluiu.