A integração do atendimento, o fortalecimento da força de trabalho especializada, o suporte a profissionais e pacientes em campo, uma atenção primária mais robusta e hospitais que atuam como centros de conhecimento tecnológico são os cinco pilares fundamentais para tornar os sistemas de saúde – públicos ou privados – mais inclusivos e sustentáveis.
Essa é a conclusão do estudo “Healthcare Horizons Revisited”, produzido pela KPMG, que analisa casos de transformação bem-sucedidos ao redor do mundo e aponta caminhos para a evolução do setor.
“Precisamos adotar medidas transformadoras agora para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde. No entanto, a profundidade das mudanças necessárias representa um grande desafio”, afirma Gustavo Vilela, sócio-líder de Healthcare da KPMG no Brasil.
O estudo destaca cinco diretrizes essenciais para essa transformação:
Força de trabalho ampliada e qualificada
A escassez global de profissionais de saúde impede que a crescente demanda seja atendida apenas com a formação de mais médicos e enfermeiros. A solução passa pela delegação de funções administrativas, clínicas e tecnológicas, além da inclusão de profissionais com microcredenciais para atividades especializadas.
Sistemas hiper-integrados e verticalizados
A atenção integrada já é uma realidade, mas precisa evoluir para atender melhor às demandas sociais e culturais. Isso inclui conectar serviços locais a centros de excelência nacionais e regionais, além de utilizar inteligência artificial para vigilância epidemiológica.
Atenção primária fortalecida
Nos sistemas públicos universais, um atendimento primário robusto reduz a pressão sobre hospitais e mantém a população mais saudável. Para isso, será necessário ampliar a escala, integrar equipes multidisciplinares e investir em tecnologia avançada.
Hospitais como hubs de conhecimento e tecnologia
Os hospitais do futuro devem se consolidar como centros de inovação, com equipes altamente especializadas, infraestrutura de ponta e profissionais de saúde comunitária. Além disso, o uso de telemedicina e redes globais de expertise será essencial para expandir o alcance dos cuidados.
“Essa transformação exigirá uma revisão profunda de paradigmas e responsabilidades dentro do ecossistema de saúde, impactando operadoras, prestadores de serviço e governos”, conclui Vilela.