A gestão de resíduos é essencial para empresas que buscam aliar sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, especialmente no setor de medicina diagnóstica. O tratamento, descarte e redução de resíduos são práticas fundamentais para mitigar impactos ambientais e atender às exigências regulatórias.

De acordo com a 6ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, entre 2021 e 2023, o setor apresentou avanços na gestão de resíduos. Houve uma redução de 36,63% nos resíduos comuns, 34,48% nos infectantes e perfurocortantes, e 11,6% nos químicos. Embora os rejeitos radioativos tenham aumentado 25,25% em 2022, eles registraram queda acumulada de 58,34% em 2023, comparado ao início do período. 

Essas variações também refletem a redução de unidades monitoradas (de 93% para 86%) e mudanças no perfil das empresas respondentes. 

Estratégias para reduzir resíduos 

Segundo Fernanda Avila, do Comitê de ESG da Abramed e gerente ESG da Dasa, iniciativas como investimento em tecnologia, treinamentos e parcerias têm sido cruciais. A tecnologia possibilita novos métodos de tratamento e a utilização de materiais mais sustentáveis. Exemplos incluem o uso de tubos menores e placas no processamento de amostras, reduzindo o consumo de água, reagentes e resíduos, além de melhorar a experiência do paciente com amostras menores. 

“Treinamentos são essenciais para compartilhar responsabilidades e encontrar soluções”, destaca Fernanda. 

Para uma gestão eficiente de resíduos, é fundamental sensibilizar as equipes sobre os desafios e impactos do tema. Lideranças atuam como exemplos, promovendo engajamento e conscientização. Fernanda ressalta que práticas ESG exigem consistência e intencionalidade para superarem os desafios e alcançarem resultados de longo prazo. 

Além disso, a mensuração contínua de resíduos permite identificar erros e acelerar oportunidades de redução. “Isso contribui para operações mais eficientes e escolhas de investimento mais responsáveis”, completa Fernanda. 

Compromisso do setor com a sustentabilidade 

Dados do Painel Abramed mostram que todas as empresas participantes possuem políticas de gestão de resíduos e treinam suas equipes. Além disso, 92% têm coleta seletiva, 54% reutilizam materiais e 76% reaproveitam recursos. Metas específicas também ganham força: 62% das associadas definiram objetivos de redução de resíduos com acompanhamento regular dos resultados. 

“ESG impacta ‘pelo amor ou pelo bolso’. Ambas são válidas e devem coexistir. Campanhas e metas aceleram resultados, criam ambiente propício à inovação e atraem soluções eficazes”, afirma Fernanda. 

Investimentos em inovação e sustentabilidade 

Para o futuro, Fernanda destaca a importância de direcionar mais recursos a pesquisas e tecnologias sustentáveis. Apesar de soluções promissoras já existirem, os custos de implementação ainda são elevados. “Os desafios de sustentabilidade são sistêmicos, exigindo colaboração entre setores. Não há solução única”, reflete. 

O Comitê ESG da Abramed tem sido um espaço valioso para troca de experiências e promoção de boas práticas. “Os desafios são comuns a empresas de todos os tamanhos. O Comitê é uma oportunidade para crescer no debate e acelerar a busca por soluções sustentáveis”, afirma Fernanda. 

A Abramed desempenha um papel estratégico na mobilização de associados em torno da sustentabilidade. “Facilitamos o diálogo e promovemos práticas que atendem às demandas ambientais, gerando valor para empresas e sociedade. Nosso compromisso é com uma abordagem integrada e de longo prazo”, conclui Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.