O Instituto de Patologia Cirúrgica e Molecular (IPCM), localizado em Belém (PA), é pioneiro na região Norte a implementar a patologia digital. Essa tecnologia, recém-chegada ao Brasil, permite o escaneamento de amostras de tecidos em lâminas, que são digitalizadas e enviadas para análise remota. Dessa forma, patologistas podem interpretar as características anatomopatológicas a partir de qualquer localidade, conforme suas especialidades, e elaborar laudos com precisão.
“Somente 2% dos patologistas brasileiros estão na região Norte. Com essa inovação, conseguimos superar barreiras e captar remotamente médicos patologistas de outros estados. Além disso, os algoritmos de inteligência artificial (IA) integrados ao sistema tornam o fluxo operacional mais eficiente e preciso, trazendo o que há de mais avançado em anatomia patológica para Belém e região”, explica Dr. Augusto Silva, do IPCM.
Como funciona?
O equipamento, chamado VENTANA Slide Scanners, produzido pela Roche Diagnóstica, permite a digitalização de alta velocidade e qualidade de imagens de diversos tipos de tecidos. Com uma interface intuitiva, ele garante acesso em tempo real para patologistas em qualquer parte do mundo.
“A chegada da patologia digital à região Norte é crucial para diagnósticos mais ágeis, precisos e seguros. Antes, quando as amostras eram enviadas para outras localidades, havia riscos de perda ou comprometimento da qualidade. Agora, com essa estrutura, os processos são realizados no mesmo local, minimizando riscos e assegurando maior qualidade e segurança para a população”, explicou Carlos Martins, presidente da Roche Diagnóstica no Brasil.
Expansão do uso de tecnologia
Atualmente, cerca de 15% da rotina do IPCM é digital, com o uso de tecnologias que automatizam a coleta, análise e compartilhamento de dados em tempo real. O laboratório projeta expandir esse índice para 50% até o final de 2025. Atuando há 10 anos em Belém, o IPCM é referência em anatomia patológica, uma especialidade médica que estuda órgãos, tecidos e células para diagnosticar lesões, planejar tratamentos e prognósticos, especialmente no combate ao câncer.