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Teste inovador imita a natureza na detecção de endotoxinas

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Linha Endonext, da bioMérieux, inclui molécula sintetizada que atua de forma similar à substância LAL, presente no sangue de caranguejos-ferradura

Uma das grandes preocupações das indústrias farmacêuticas produtoras de soluções injetáveis é a detecção de substâncias chamadas endotoxinas bacterianas. Essas substâncias são consideradas potenciais fontes de pirogênio, que quando injetadas na corrente sanguínea causam um aumento de temperatura corpórea, podendo levar o indivíduo à morte.

Tendo em vista este elevado risco, todas as indústrias farmacêuticas produtoras de injetáveis realizam em seu escopo de análises de controle de qualidade um rigoroso controle dos níveis de endotoxina em várias etapas de seus processos produtivos, visando a garantir a ausência total de endotoxinas bacterianas em seu produto final.

Como veremos, ainda hoje indústrias de biotecnologia utilizam animais na produção de biocomponentes ou reagentes, mas há soluções inovadoras e ecologicamente corretas disponíveis, oferecendo ainda mais precisão e confiabilidade aos testes.

O primeiro teste desenvolvido com este objetivo foi introduzido na USP (Farmacopeia Americana) em 1942 e consiste na administração intravenosa do produto em coelhos, seguida de constantes monitoramentos, visando a detectar a presença (ou não) de alterações térmicas, o que indicaria a presença de pirógenos.

Em janeiro de 1973, o FDA (Food and Drug Administration) autorizou a utilização de uma nova metodologia que usa uma substância chamada LAL (Limulus Amebocyte Lysate ou Lisado de Amebócito de Limulus) presente no sangue de caranguejos-ferradura do gênero Limulus.

A partir de então, muitas empresas passaram a adotar essa metodologia para detectar a presença de endotoxina bacteriana em seus produtos. Entretanto, essa ainda não é a melhor opção, pois o Limulus (caranguejo-ferradura) vem apresentando uma redução significativa da sua população ano a ano, correndo sério risco de extinção, afetando não só a produção do LAL, mas também provocando um sério desequilíbrio ecológico nas regiões de habitat natural deste animal.

Além disso, o uso de uma fonte animal para a produção de um reagente reduz a reprodutibilidade e padronização das análises, devido à complexidade na composição, inerente a produtos de origem biológica, que varia a cada lote.

Muitas indústrias biofarmacêuticas têm considerado a redução do uso do LAL, inclusive substituindo o uso de animais, por testes “in vitro” ou produções recombinantes que não necessitem do uso de animais.

Evolução em laboratório

Exatamente nesse último principio, que é a reposição, vemos os principais avanços nos testes para detecção de endotoxinas bacterianas. Em 1997, pesquisadores da universidade de Singapura realizaram a clonagem do gene responsável pela produção do Fator C presente na cascata enzimática de coagulação do LAL e conseguiram que ele fosse expresso recombinantemente em culturas celulares.

Após diversos estudos e melhorias, o Fator C recombinante demonstrou ser uma alternativa real ao LAL devido à sua sensibilidade (detecta baixas doses de endotoxina), aplicabilidade (atende de matrizes das mais simples, como água, até as mais complexas, como bioprodutos) e confiabilidade (endotoxina específico).

Baseados em diversos estudos, em 2012, o FDA publicou em suas diretrizes para testes de endotoxina posicionando o Fator C recombinante como alternativa ao LAL, e a farmacopeia europeia seguiu a mesma linha de pensamento e em 2016 aprovou o capítulo que trata do Fator C recombinante como alternativa para o teste de endotoxina bacteriana.

Apesar da migração do LAL para o Fator C recombinante ser uma tendência segura e sustentável, muitas indústrias farmacêuticas ainda mantém o teste de LAL, grande parte devido a um receio com relação à forte regulação e ao esforço que seria necessário para a validação e aplicação de uma nova metodologia. Porém, muitas indústrias já introduziram o Fator C recombinante em suas rotinas laboratoriais de análises de endotoxina, seja em água, como em processos e produtos finais. E estão liberando seus produtos com essa tecnologia inovadora e ecologicamente correta.

A utilização de kits de detecção endotoxinas com base no Fator C recombinante permite às industrias farmacêuticas a possibilidade de modernizar seus processos e contribuir significativamente com a conservação do caranguejo ferradura, pois uma mudança apenas das análises de processo (água e matérias-primas) para o Fator C recombinante pode reduzir em até 90% a demanda por reagentes LAL, o que significaria uma redução estimada na mortalidade dos caranguejos ferradura em torno de 100 mil animais, somente na América do Norte.

Tecnologia imita a natureza

Pensando em eliminar a necessidade de coletar animais, na padronização e no fornecimento constante de testes para detecção da presença de endotoxinas em produtos farmacêuticos, a bioMérieux disponibiliza no Brasil o Endonext, uma linha de produtos que tem por princípio a ação do fator C (FCR), que é uma molécula sintetizada que atua de forma similar ao LAL. O Endonext está disponível em três versões: Endozyme II e Endozyme II Go para análise de produtos mais simples, e Endolisa para produtos mais complexos, que apresentam interferência com outras metodologias.

Dessa forma, a bioMérieux visa tornar os testes de endotoxina mais rápidos, fáceis e ecologicamente corretos, permitindo decisões confiáveis sobre controle de processos e liberação de produtos biofarmacêuticos e dispositivos médicos.

Mais informações no site.

Sobre a bioMérieux

Há mais de 50 anos no mercado, a bioMérieux é líder na área de diagnóstico in vitro. Em todo o mundo, a empresa tem o propósito de contribuir efetivamente com o desenvolvimento da saúde pública, fornecendo soluções (reagentes, equipamentos e softwares) que determinam a origem da doença e de contaminações de produtos industrializados a fim de melhorar a saúde do paciente e garantir segurança aos consumidores.