A EMS conquistou a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir dois medicamentos à base de liraglutida: Olire, destinado ao tratamento de obesidade, e Lirux, voltado ao controle do diabetes tipo 2. Esses medicamentos, classificados como análogos de GLP-1 – peptídeos de alta tecnologia – estarão disponíveis em farmácias brasileiras em 2025.  

Para Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração da EMS, o feito marca um novo patamar na trajetória da empresa, que celebra 60 anos. “Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, desde a matéria-prima até o produto final. Isso reforça nossa posição de liderança no mercado farmacêutico com soluções de alta qualidade e grande impacto”, afirmou Sanchez. 

Rumo à internacionalização 

A inovação é o pilar estratégico da EMS para ampliar sua relevância global. A empresa investe em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos que são submetidos ao registro e aprovação de agências regulatórias no Brasil e no exterior. A produção de terapias avançadas como Olire e Lirux reflete a fase de internacionalização da companhia, que acelera investimentos para competir no mercado global com medicamentos complexos e de alta tecnologia. 

Segundo Sanchez, a expectativa é que as moléculas de liraglutida também sejam comercializadas no exterior, podendo gerar receitas de até US$ 4 bilhões em oito anos – metade desse valor no Brasil e metade em mercados internacionais. 

Setor em expansão 

De acordo com a Barclays, o mercado global de medicamentos para obesidade pode atingir até US$ 199 bilhões anualmente nos próximos anos. Em 2022, as vendas globais do principal medicamento para diabetes tipo 2 já somavam mais de US$ 6 bilhões até agosto de 2023. 

Inovação e tecnologia 

Os medicamentos Olire e Lirux reproduzem o GLP-1, um hormônio natural produzido pelo intestino que regula o apetite e o controle glicêmico. Desenvolvidos com a tecnologia UltraPurePep, eles oferecem altos níveis de pureza e eficácia, marcando uma nova geração de análogos de GLP-1. 

Nova unidade fabril em hortolândia 

A EMS já iniciou a produção piloto desses medicamentos em sua nova unidade fabril, a Rio Biofarmaceutica Brasil Ltda (RBBL), inaugurada em agosto de 2024 em Hortolândia (SP). Com investimento de R$ 70 milhões – sendo R$ 48 milhões financiados pelo BNDES – a fábrica, de 2,5 mil m², possui capacidade para produzir 20 milhões de unidades de canetas injetáveis por ano, com previsão de dobrar a produção para 40 milhões a partir de março de 2025. 

Além de ser altamente tecnológica, a unidade utiliza matéria-prima sintética (peptídeos químicos), garantindo pureza superior e eficiência. A iniciativa também gera 150 empregos diretos e cerca de mil postos indiretos, fortalecendo o impacto socioeconômico.