A farmacêutica Blanver, que produz medicamentos para HIV e de insumos farmacêuticos ativos (IFAs), vai investir R$ 592 milhões nos próximos quatro anos na ampliação e modernização de seu parque industrial. A estratégia inclui a diversificação do portfólio com foco em áreas terapêuticas como oncologia e doenças raras.

Nova fábrica e modernização da unidade de Taboão da Serra

O plano prevê a construção de uma nova fábrica em Mairiporã (SP), com 30 mil m², cuja operação deve começar entre 2025 e 2026. A empresa já conta com unidades produtivas em Taboão da Serra e Indaiatuba, ambas também no estado de São Paulo.

Além da nova planta, a unidade de Taboão da Serra passará por reestruturação para incorporar linhas de produção de soluções orais, além da atual produção de sólidos. A expectativa é que a capacidade de produção da empresa dobre, passando de 2 bilhões para 4 bilhões de unidades por ano.

Parte significativa dos recursos do projeto — R$ 420 milhões — foi captada junto ao BNDES e à FINEP.

Aposta em IFAs e crescimento das receitas

A fábrica de Indaiatuba, voltada à produção de IFAs estratégicos, também será expandida. A capacidade anual deve saltar de 96,5 toneladas para até 600 toneladas, segundo a empresa.

“A expansão prepara a Blanver para atender novas demandas e reforçar a estrutura industrial”, afirma Sérgio Frangioni, CEO da companhia. A expectativa é que, com o novo ciclo de investimentos, a farmacêutica quase dobre suas vendas líquidas até 2027, atingindo R$ 1,6 bilhão. Em 2024, a receita foi de R$ 800 milhões — alta de 21% em relação ao ano anterior.

Fundada no Brasil, a Blanver foi uma das pioneiras na produção de medicamentos para HIV no país e firmou, em 2011, o primeiro contrato nacional de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) voltado ao tratamento da doença. Também atua no tratamento da hepatite C e hoje possui um portfólio com 17 moléculas, distribuídas em seis áreas terapêuticas. A empresa emprega cerca de 400 pessoas.