O Santa Marcelina Saúde desenvolveu um sistema para diagnóstico rápido e preciso de infarto agudo do miocárdio com supra desnivelamento do segmento ST (IAM com supra), a forma mais grave da condição. O programa, batizado de STEMI Santa, utiliza telemedicina para acelerar o diagnóstico e tratamento em seis unidades da rede.
O programa é exclusivo da unidade matriz, em Itaquera, e foi projetado para atender as seis unidades da rede: UPA 26 de Agosto, UPA Tito Lopes, Hospital Cidade Tiradentes, Itaim Paulista, Itaquaquecetuba e São Bernardo do Campo. Essas unidades não possuem sala de hemodinâmica para a realização de cateterismos, o que motivou a criação do sistema para otimizar o tempo entre o eletrocardiograma, o diagnóstico e a angioplastia primária.
Este é o único programa no Brasil que oferece o procedimento via telemedicina a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Hospital Santa Marcelina de São Bernardo do Campo, abrangendo convênios e particulares. A abordagem reduz significativamente o tempo necessário para iniciar o tratamento.
Eficiência superior à trombólise tradicional
Atualmente, outras instituições do SUS utilizam trombolíticos, medicamentos caros e com 80% de eficácia, enquanto a angioplastia primária realizada pelo STEMI Santa apresenta mais de 98% de sucesso.
Segundo o Dr. Jamil Ribeiro Cade, coordenador do Serviço de Cardiologia Intervencionista do Santa Marcelina, o programa oferece maior eficiência ao priorizar a angioplastia primária diretamente, eliminando a etapa de trombólise. “Essa abordagem reduz custos para o SUS e acelera o atendimento, garantindo melhores resultados ao paciente”, explica o médico.
Rapidez é essencial no tratamento do infarto
O protocolo do programa exige que o eletrocardiograma seja realizado nos primeiros 10 minutos após a chegada do paciente ao pronto-socorro. O exame pode ser conduzido por um enfermeiro ou clínico geral, sem a necessidade de um cardiologista.
O infarto com supra é identificado quando o eletrocardiograma apresenta alteração no segmento ST, indicando obstrução da artéria coronariana. Segundo Dr. Jamil, “se a artéria não for desobstruída nas primeiras horas, o risco de morte por arritmia ou insuficiência cardíaca é alto. Por isso, é crucial agir rapidamente.”
Como funciona o STEMI Santa?
As unidades do Santa Marcelina inserem os dados do paciente no sistema, que organiza informações como identificação, fatores de risco, tipo de dor torácica e a imagem do eletrocardiograma. O cardiologista da matriz, em Itaquera, acessa essas informações por telemedicina, disponível 24/7, e tem até três minutos para confirmar o diagnóstico.
Caso seja identificado um infarto com supra, o paciente é transferido em uma ambulância UTI e deve chegar à sala de cateterismo em até 120 minutos. Na sala de hemodinâmica, uma equipe especializada realiza a angioplastia primária, frequentemente com a implantação de stent farmacológico oferecido pelo SUS.
“O tratamento padrão para infarto com supra, conforme diretrizes nacionais e internacionais, é a angioplastia primária, realizada em uma sala de hemodinâmica para a abertura da artéria obstruída. Este procedimento salva vidas ao ser feito de forma rápida e eficaz”, conclui Dr. Jamil.