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O mundo móvel e o momento brasileiro para mHealth

Article-O mundo móvel e o momento brasileiro para mHealth

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Enquanto o país tem hoje cerca de 272,4 milhões de celulares, ou seja, 136,99 celulares por cada 100 habitantes, o número de médicos é insuficiente: são apenas 1.8 para cada mil habitantes. Qual o impacto na saúde?

Enquanto o país tem hoje cerca de 272,4 milhões de celulares1, ou seja, 136,99 celulares por cada 100 habitantes, o número de médicos é insuficiente: são apenas 1.8 para cada mil habitantes2.

Esse é o cenário brasileiro em que crescem rapidamente as soluções de saúde oferecidas nos aparelhos de comunicação carregados no bolso pela grande maioria da nossa população. Úteis para o controle de doenças infecciosas ou endêmicas, tais como a dengue, e para chegar aonde o atendimento médico se faz necessário, mas não existe, os aparelhos móveis de comunicação começam a mostrar sua importância na prevenção e tratamento de doenças e também no treinamento de médicos, além de poderem promover o bem-estar.

Trata-se de um mundo novo que ainda não teve seus limites configurados, mas que aos poucos começa a brotar em centenas de produtos e serviços, muitos deles já à disposição do mercado.

A conexão de medidores com os celulares é cada vez mais comum, como por exemplo, a capacidade de ter um glicosímetro ligado ao celular ou iPhone, com dispositivos que permitem a leitura de fitas diretamente pelo aparelho e a conexão deles com call centers, para que os médicos possam agir em função dos problemas apresentados.

A possibilidade de monitoração remota pode reduzir significativamente o número de internações, tempo destas e complicações. No caso de um diabético – são cerca de 382 milhões de pessoas no mundo com a doença – já está comprovada a sua eficácia, visto que os sistemas geram um alarme quando a glicose ultrapassa os limites estabelecidos pelos “perfis clínicos” associados aos pacientes. Mas as iniciativas são inúmeras no Brasil e no mundo, para as mais diferentes utilizações.

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As operadoras e as indústrias farmacêuticas já estão de olho nesse novo horizonte infinito e vêm desenvolvendo aplicativos dos mais variados como um lançado recentemente na Venezuela por um grande nome da indústria, que localiza onde encontrar os produtos daquela empresa.

Mas o grande potencial do mHealth tem sido mesmo o de enfrentar e superar as disparidades no acesso aos serviços de saúde, como a  inadequação da infra-estrutura ou a falta de recursos humanos para a saúde, além do elevado custo de acesso à saúde e/ou  limitações na disponibilidade de recursos financeiros.

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 Não por acaso, a África é o pais que mais faz uso da tecnologia à serviço da saúde, definida pela Organização Mundial de Saúde como “eHealth”, que inclui quatro áreas distintas mas relacionadas, a saber:

  1. Saúde Móvel ou mHealth: prestação de serviços de saúde e informações através de tecnologias móveis e sem fio
  2. Sistemas de Informação de Saúde ou HIS: que reúnem, agregam e sintetizam informações relacionadas com os registros dos pacientes, vigilância de doenças, recursos humanos, gestão de produtos, entre outros, para fins de planejamento
  3. Telemedicina: prestação de serviços de cuidados de saúde à distância; pode ser usado para a comunicação inter- profissional, comunicação com o paciente e consulta remota
  4. Ensino à Distância ou e-Learning: educação e formação em formato eletrônico para os profissionais de saúde

Na prática, a intenção de todos esses serviços que estão interligados, é reduzir custos, melhorar a produtividade dos médicos – através de treinamentos à distância--, alcançar todas as regiões de um país, incluindo as rurais ou de selva mais remotas, entre muitos outros benefícios que, em última análise, visam atingir um maior número de pacientes e melhorar a qualidade para aqueles que já são atendidos.

No campo da telemedicina, alguns projetos vêm fazendo escola, como o que vem sendo tocado pela Intel, ao lado de outros parceiros, para alcançar um número cada vez maior de pacientes na região da Parintis e da Amazônia, e que começou a ser reproduzido pela Rede Universitária de Telemedicina em todo o país.

Outro exemplo é o da parceria entre a Cisco e a Universidade Federal de Sergipe, para a implantação de um sistema que permite que as crianças possam ser atendidas remotamente em um processo que faz a conexão entre o médico da família que está na zona remota com os especialistas da cidade. O sistema também é usado para a integração entre os médicos, facilitando a troca de conhecimentos e a educação dos mesmos.

O mercado brasileiro já está pronto para efetivar as mudanças, embora ainda sofra com as questões relacionadas à interoperabilidade dos aparelhos – o que depende principalmente de ações governamentais -- precisando não apenas de investimentos públicos, como também de consciência com relação à enorme gama de novas utilizações.

Um dos aspectos mais promissores da mHealth é o sua competência em melhorar a integração inteligente de serviços de saúde, tornando a informação disponível no lugar certo e no momento certo, desde que hajam padrões de comunicabilidade que permitam a troca de mensagens de uma maneira confiável. Daí porquê não se deve perder a oportunidade de orquestrar o quanto antes uma cooperação entre o governo, empresas e prestadores privados de cuidados em saúde para maximizar a poderosa ferramenta do mHealth.


1 Teleco – Jan 2014

2 Consultoria PwC para a GSMA

TAG: Geral mHealth