Na última segunda-feira (7), data em que se celebrou o Dia Mundial da Saúde, o Hospital São Luiz Alphaville realizou a primeira cirurgia robótica da região de Barueri e Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo. O procedimento, uma segmentectomia pulmonar — técnica usada para remoção parcial do pulmão, comum em casos de câncer em estágio inicial —, durou cerca de duas horas e foi conduzido pelo cirurgião torácico Marcos Samano.
A operação marcou a estreia do robô cirúrgico Da Vinci X no hospital, equipamento que possibilita intervenções com maior precisão e menor impacto para o paciente. Segundo Samano, o sucesso da cirurgia foi resultado de um preparo que envolveu semanas de treinamento e integração das equipes médica, técnica e de enfermagem.
“A cirurgia robótica é uma evolução da técnica minimamente invasiva. Ela permite incisões pequenas, menos dor no pós-operatório e alta hospitalar mais precoce”, afirma o cirurgião. De acordo com ele, a paciente operada deve receber alta em até três dias e retomar suas atividades físicas em duas semanas — um tempo de recuperação significativamente menor do que o observado em cirurgias torácicas convencionais.
Expansão da cirurgia robótica para além dos grandes centros
Com a incorporação do Da Vinci X, o hospital pretende realizar cerca de 40 cirurgias robóticas por mês em especialidades como ginecologia, urologia, cirurgia geral, oncológica, cardíaca e vascular. A unidade faz parte da Atlântica D’Or, fruto da parceria entre a Atlântica Hospitais — braço hospitalar da Bradesco Seguros — e a Rede D’Or, e está em operação desde novembro de 2024.
O gerente médico da unidade, Marcelo Teixeira, avalia que a inclusão da cirurgia robótica representa um avanço para o atendimento regional. “É uma tecnologia que passa a estar disponível também fora dos grandes centros urbanos, como São Paulo capital, e pode beneficiar pacientes de cidades vizinhas, como Sorocaba e Jundiaí.”
Tecnologia e infraestrutura
O robô Da Vinci X funciona por meio de um console operado pelo cirurgião, que controla braços robóticos com câmera 3D e instrumentos de alta precisão. A tecnologia reduz tremores manuais e possibilita movimentos mais delicados durante o procedimento. Os profissionais envolvidos precisam passar por certificações específicas antes de utilizar o equipamento.
Em Alphaville, o sistema está instalado em uma sala cirúrgica de 61,4 m² com estrutura adaptada para o manuseio da tecnologia. Desde sua inauguração, a unidade contabiliza mais de 1.700 cirurgias realizadas em diversas especialidades e dispõe atualmente de 212 leitos operacionais.
Regionalização do acesso à alta tecnologia
Para Samano, o uso da cirurgia robótica em unidades hospitalares fora da capital paulista é um passo importante para a descentralização da medicina de alta complexidade. “A tecnologia já começa a se expandir para outras cidades da Grande São Paulo, como Guarulhos e Alphaville, o que facilita o acesso a tratamentos menos invasivos e pode melhorar os desfechos clínicos”, avalia.
Com investimento estimado em R$ 400 milhões, o hospital está localizado na Alameda Araguaia, em Barueri, próximo à rodovia Castello Branco. A unidade oferece atendimentos de urgência e emergência, exames de imagem e consultas eletivas em especialidades como cardiologia, oncologia, ortopedia, ginecologia e neurologia.