Priorizar a saúde integral dos pacientes, com cuidados humanizados e efetivos, é o objetivo central da equipe multidisciplinar do CTI C do Hospital Badim, no Rio de Janeiro. A unidade tem conseguido reduzir o tempo de recuperação de seus pacientes, majoritariamente idosos com mais de 80 anos, por meio de protocolos assistenciais inovadores e práticas centradas no acolhimento. 

Uma das medidas implementadas foi a autorização para que familiares permaneçam nos leitos, que foram adaptados para receber os acompanhantes com conforto. “Buscamos compreender as reais necessidades dos pacientes, incluindo seu estado emocional. A presença de um acompanhante no leito transmite segurança, ajuda no tratamento e facilita a identificação de mudanças no comportamento ou eventos inesperados”, explica o coordenador da unidade, intensivista Edmundo Tommasi. 

Humanização no centro do cuidado 

O intensivista destaca que essa abordagem tem contribuído para prevenir casos de delirium, um distúrbio cognitivo comum em UTIs. “Quando o paciente reconhece um ambiente mais familiar e tem alguém próximo, sua percepção se aproxima da de estar em casa, o que reduz o risco de confusão mental”, esclarece. 

Os protocolos assistenciais aliados a práticas humanizadas têm apresentado resultados expressivos. “Criamos uma relação de confiança entre pacientes, familiares e a equipe, o que melhora a adesão ao tratamento e a eficácia do cuidado”, avalia Tommasi. 

Continuidade do cuidado após a alta 

Mesmo após a alta hospitalar, o suporte continua. A equipe oferece orientações remotas para os familiares, uma prática que tem reduzido taxas de reinternação e acelerado a recuperação, especialmente entre os idosos. “Esse acompanhamento é um diferencial que reflete diretamente na qualidade de vida dos pacientes”, pontua o coordenador. 

A funcionária pública Aparecida da Silva Paraguai de Oliveira, 57 anos, vivenciou a experiência do acolhimento no CTI C ao acompanhar seu marido Luiz Antônio, que enfrentou sucessivas internações após uma parada cardíaca. 

“Eu estava sozinha e insegura, mas a equipe me acolheu como se fosse família. Os médicos nos deram total atenção, o que trouxe uma tranquilidade essencial naquele momento”, relata Aparecida. 

Ela destaca a sensibilidade da equipe, que adaptou a dieta do marido em um dia crítico, como um exemplo de cuidado diferenciado. “Foi um gesto que nunca vou esquecer”, lembra emocionada. 

A possibilidade de acompanhar o marido 24 horas no CTI foi outro fator decisivo. “Estar ao lado dele, segurando sua mão, ajudou a enfrentar os tratamentos com mais tranquilidade. Ele tinha muito medo de ficar sozinho em um hospital”, afirma. 

Na fase terminal do tratamento, a equipe realizou um desejo especial de Luiz, criando um momento inesquecível para o casal. “Não foi apenas um tratamento, mas um gesto de humanidade”, define Aparecida, reforçando o impacto da abordagem humanizada.