A logística reversa é um desafio significativo para empresas da área da saúde. O descarte de materiais exige cuidado redobrado, já que muitos itens demandam destinação específica e monitorada. Contudo, iniciativas de reaproveitamento têm demonstrado resultados promissores, permitindo que materiais recicláveis ganhem uma segunda funcionalidade. Até mesmo hospitais têm obtido sucesso com essas práticas.  

Esse é o caso dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em Curitiba (PR). Ambas as instituições destinam resíduos têxteis ao projeto Uniformes do Bem, da empresa Zero Waste Brasil. A iniciativa transforma esses materiais em cobertores corta-febre, dos quais 20% são doados para instituições sociais cadastradas. 

Transformando resíduos em impacto social 

Nos hospitais do Grupo Marista, ao qual as instituições pertencem, o reaproveitamento é parte da estratégia de ESG (ambiental, social e governança). O enxoval utilizado por pacientes e acompanhantes é reciclado ou redirecionado para novos usos. Desde 2020, a iniciativa eliminou o descarte de lençóis e cobertores em aterros sanitários, adotando duas formas principais de reaproveitamento. 

  • Reutilização interna: mantas em boas condições são enviadas para a Marista Escola Social Esperança, que atende cerca de 160 crianças de 0 a 5 anos em Curitiba. 
  • Reciclagem e impacto comunitário: lençóis e cobertores sem condições de uso são enviados ao Uniformes do Bem. Resíduos com valor comercial são destinados à Associação de Catadores de Materiais Descartáveis Eco Frank, contribuindo para a geração de renda dos trabalhadores cooperados. 

Resultados expressivos e compromisso sustentável 

Desde o início da iniciativa, quase 8 toneladas de materiais foram reaproveitadas, sendo 7.655 kg destinados ao projeto Uniformes do Bem e 314 unidades reaproveitadas internamente, como cobertores enviados à escola social. 

“Conseguimos implantar com muita qualidade o conceito de logística reversa e nos orgulhamos de contribuir socialmente com um projeto tão importante para o meio ambiente”, destaca a médica infectologista Viviane Hessel Dias, coordenadora da Comissão de Resíduos e Sustentabilidade dos hospitais.