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De olho na miniaturização em saúde

Article-De olho na miniaturização em saúde

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Num futuro não muito distante, os pacientes tomarão uma pílula com um nanosensor e uma espécie de band-aid com leitores eletrônicos...

Num futuro não muito distante, os pacientes tomarão uma pílula que carregará um nano sensor, e uma espécie de band-aid com leitores eletrônicos, pregado na região do estômago, registrará se aquele medicamento foi ingerido no horário correto. Na medida em que isso ocorrer, essa informação será automaticamente adicionada ao banco de dados personalizado desse paciente, podendo ser controlada à distância por uma central inteligente à disposição dos agentes de saúde – médicos e hospitais -- através de celulares, smart phones ou qualquer outro aparelho à serviço da comunicação digital, em real time. O detalhe é que esse remédio terá sido desenvolvido com base nos genes daquele indivíduo que o consumiu.

A produção, a utilização, e o arquivamento de uma enorme quantidade de informações sobre o perfil clínico dos pacientes, a partir da utilização do chamado mobile health ou mHealth, já movimenta toda a cadeia de agentes participantes do sistema de saúde, principalmente em países que estão à frente das pesquisas como os Estados Unidos; lá já é possível, por exemplo, transmitir, através de um câmera acoplada a um Iphone, uma imagem de uma coleta de sangue, aumentada milhares de vezes, para um laboratório especializado em exames de DNA. Essas são apenas algumas das possibilidades trazidas pela miniaturização dos dados que visam melhorar a efetividade dos tratamentos de doenças das mais variadas, criando aplicativos tão amigáveis quanto os que já existem hoje na área de bem estar e que quantificam, por exemplo, as calorias ingeridas ou os passos dados numa caminhada. A meta é tratar cada cidadão a partir de suas especificidades, e torná-lo, ao mesmo tempo, o maior protagonista de sua própria saúde.

Embora a aplicação dessas ideias seja ainda, em grande parte, comercialmente inviável, a tendência é que num período de até cinco anos muitos dispositivos de saúde móvel estejam funcionando a serviço da chamada medicina 4P: preditiva, personalizada, preventiva e participativa. Polêmica, mas inexorável, o grande objetivo da medicina 4P é não apenas predizer doenças tão graves quanto o  câncer, como até mesmo prevenir patologias mudando-se a expressão de alguns genes (preventiva), além do seu estilo de vida e do uso dos medicamentos corretos (personalizada). O intuito é ainda o de tornar o paciente pró-ativo (participativa), no sentido de fazer com que ele interaja a com o médico com o conhecimento adquirido por meio desse abrangente leque de informações sobre si mesmo.

As discussões em torno da medicina 4P são numerosas e sérias, principalmente no que se refere à possível discriminação pessoal, na medida em administrar informações dessa natureza, significa ter em mãos um fiel retrato dos pacientes, ou seja, essa base de dados deverá passar necessariamente por limitações de acesso e pela revisão das legislações nesse campo, em função do poder econômico advindo do domínio dessas referências.

Por enquanto, porém, a miniaturização que é um conceito relativamente novo em tecnologia, vem sendo utilizada na medicina em diversos projetos-piloto que tencionam aumentar o conhecimento sobre a interação do indivíduo com o seu corpo e a maneira individualizada com que ele se relaciona com suas doenças. Atualmente são diversas as soluções disponíveis no mercado que acompanham o paciente para correlacionar os dados que interessam ao seu protagonismo, mas também a todos os agentes do sistema de saúde, especialmente, às operadoras de saúde que têm investido esforços e quantias consideráveis para evitar a internação ou a presença freqüente dos pacientes, especialmente dos crônicos, em hospitais e clínicas.

Já é perfeitamente viável, por exemplo, fazer um eletrocardiograma pelo celular ou controlar à distância, pelo tablet, os sinais vitais dos pacientes tais como pressão sanguínea, oximetria, temperatura, peso e níveis de glicose no sangue. Isso quer dizer que, na prática, têm sido evitadas ocorrências decorrentes da diabetes e da hipertensão, apenas para citar algumas doenças que, que por sua vez, estão relacionadas a outras tão graves quanto,  como as cardíacas.  Essas informações são valiosas e constituem a largada de uma corrida para conhecer cada vez mais o perfil clínico e o comportamento dos pacientes, a partir da miniaturização tecnológica dos seus dados.