Há três meses, as equipes multidisciplinares das unidades de terapia intensiva (UTIs) A e B do Hospital Badim implementaram placas de comunicação que facilitam a interação entre profissionais de saúde e pacientes entubados ou com dificuldades na fala.
Confeccionadas em material resistente, com ilustrações e letras claras, essas placas permitem que os pacientes expressem suas necessidades básicas. Essa simples ferramenta tem contribuído significativamente para a redução do estresse, impactando positivamente o estado clínico dos pacientes.
Humanização que promove a recuperação
“O paciente que não consegue se comunicar frequentemente apresenta ansiedade, o que interfere na recuperação. Desde que introduzimos as placas, essa ansiedade diminuiu significativamente, pois conseguimos interpretar e atender às necessidades deles de forma mais eficaz”, explica Sérvio Túlio, médico intensivista e coordenador das UTIs A e B.
A coordenadora de enfermagem das unidades, Isabella Rosa, destaca os benefícios tanto para os pacientes quanto para seus familiares. “Estar em uma UTI já é difícil, e não conseguir se expressar agrava esse desafio. As placas permitem uma interação mais humanizada, não só com a equipe de saúde, mas também com os familiares, que passam a participar mais ativamente do cuidado. Isso melhora a aceitação das terapias e acelera a recuperação”, afirma.
O aposentado Mauro Bastos, de 73 anos, é um exemplo prático do impacto dessa iniciativa. Internado há seis meses na UTI B após um AVC seguido de traqueostomia, Mauro utiliza as placas para se comunicar. “Ele está muito mais tranquilo porque consegue expressar suas necessidades. Isso facilita o nosso apoio”, relata sua esposa, Silvia Faria Bastos.
Prontuário afetivo
Além das placas, a UTI B está desenvolvendo um projeto de prontuário afetivo, previsto para ser lançado ainda este ano. Essa iniciativa permitirá que os pacientes exponham fotos de familiares e mensagens de carinho em um quadro fixado na unidade. “O objetivo é trazer afetividade ao ambiente hospitalar, especialmente para pacientes em longas internações. Queremos fortalecer os laços entre nossa equipe, os pacientes e suas famílias, promovendo ainda mais a humanização no cuidado”, explica Sérvio Túlio.
Tecnologia como aliada do cuidado
A humanização caminha lado a lado com avanços tecnológicos. As UTIs A e B adotam protocolos rigorosos de segurança do paciente, como controle de infecções e monitoramento contínuo, apoiados por tecnologias de ponta. “Monitoramos nossos processos continuamente para garantir a melhoria dos resultados, o que tem sido essencial para alcançar indicadores positivos”, afirma o coordenador.
Entre as inovações aplicadas, destacam-se o uso do cateter venoso central de inserção periférica (PICC) e a punção guiada por ultrassom. “Essas técnicas aumentam a segurança e a precisão dos procedimentos, reduzindo complicações”, explica Sérvio. Ele também menciona um novo monitor cardíaco de alta tecnologia, equipado com eletrodos especiais, que avalia o desempenho cardíaco e a necessidade de fluidos do paciente. “Esse recurso otimiza os diagnósticos e tratamentos, oferecendo um cuidado mais assertivo e eficaz.”