Com o crescimento da população idosa no Brasil – que, segundo o IBGE, já representa 15,6% dos brasileiros em 2023 –, a prevenção de doenças cardiovasculares tornou-se uma prioridade. Atento a essa realidade, o Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) implementou um novo protocolo em sua linha de cuidados cardiológicos para reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC).
A iniciativa conta com o suporte da plataforma Kardia e foca na detecção precoce da fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca silenciosa que, se não tratada, pode levar ao AVC. Como parte do protocolo, todos os pacientes com 65 anos ou mais internados no hospital, mesmo sem sintomas cardiovasculares, passam por um eletrocardiograma para avaliar a presença dessa condição.
Diagnóstico ágil e preciso com IA
“A arritmia cardíaca pode se manifestar de forma intermitente, dificultando tanto a percepção do paciente quanto o diagnóstico em exames de rotina”, explica o Dr. Rafael Vilanova, gerente de Cardiologia do CHN. “Muitos idosos convivem com essa condição sem saber, pois não apresentam sintomas evidentes.”
Para tornar o diagnóstico mais ágil, a plataforma Kardia utiliza inteligência artificial para priorizar os laudos, sinalizando aos cardiologistas quais casos exigem avaliação imediata. Se a fibrilação atrial for detectada, a equipe especializada intervém rapidamente para tratar a condição e evitar a evolução para um AVC.
Impacto positivo na saúde dos idosos
A estratégia já apresenta resultados expressivos. “O AVC é uma das doenças mais prevalentes no Brasil e pode causar sequelas incapacitantes. Qualquer ação para reduzir sua incidência tem um impacto significativo na qualidade de vida dos idosos”, ressalta Vilanova. “Em 2024, conseguimos identificar mais de 60 pacientes assintomáticos para fibrilação atrial, internados por outras condições, como cirurgias ortopédicas.”