Nos últimos anos, tem-se observado uma expansão significativa dos serviços de saúde localizados dentro de locais de alta conveniência, como shoppings, supermercados e centros comerciais. Se antes os espaços de saúde eram considerados sem graça e “chatos” de visitar, hoje essa experiência mudou, se estabelecendo como uma tendência cada vez mais comum, uma vez que a sociedade busca por praticidade. 

Para hospitais, a instalação de unidades em locais de grande circulação representa mais do que uma simples resposta à demanda dos pacientes; é também uma estratégia comercial, pois aumenta a visibilidade e aproxima os serviços do público, estimulando o cuidado. 

Muitas vezes, os atendimentos em unidades descentralizadas são realizados de forma isolada, sem a continuidade necessária para um tratamento eficaz, por exemplo. Enquanto estamos discutindo a importância da medicina integrada, não podemos deixar que desafios como esses afetem todos os avanços que estamos atingindo.

Ainda é possível existir falhas na troca de informações, repetições de exames e consultas e tratamentos incompletos, que podem ser determinantes para diversos casos e impactar negativamente na qualidade, o que é extremamente negativo para os pacientes e para a confiança depositada na instituição.

Para superar essas adversidades, é essencial garantir uma integração e comunicação eficaz entre essas unidades e os hospitais-mãe, de modo que o acompanhamento seja contínuo e personalizado.

Como garantir o cuidado contínuo com a saúde e a integração entre unidades?

O primeiro – e talvez principal – passo se refere à criação de um sistema de integração completo entre todas as unidades, que estabeleça padrões e normativas para manter a qualidade e relevância em qualquer lugar. Parece óbvio, mas a descentralização das unidades traz a sensação de que apenas eventos isolados passem por lá. Sim, isso pode acontecer, no entanto, é mais que necessário que tenhamos um olhar 360° para a saúde dos pacientes.

Prontuários, autorizações e receituários eletrônicos, protocolos de comunicação e de cuidados claros, fluxos bem definidos e sistemas digitais atualizados em tempo real são essenciais para registrar históricos, tratamentos, exames e quaisquer informações que podem poupar tempo e desgaste dos pacientes e dos médicos. Inclusive, podem ser trocados detalhes entre médicos, enfermeiros e outros profissionais, pensando na promoção do melhor cuidado. 

Outro aspecto em alta é a hiperpersonalização. A internet 4.0 proporcionou formatos de adaptação nunca antes vistos. A saúde sempre precisou ser orientada e específica, já que cada ser humano é único. Com as novas possibilidades de direcionamento, é possível elevar o atendimento para outro patamar ao se aproximar das pessoas e considerar suas necessidades e preferências, assim é possível enviar mensagens automáticas quando estiver perto de completar um ano desde que a pessoa fez um check-up, por exemplo, para lembrá-la e facilitar um novo agendamento. Personalizar significa garantir a individualidade do paciente em todas as etapas, com a ajuda dos sistemas, assegurando mais eficiência, prevenção e menor chance de erros. 

Portanto, garantir a saúde para os pacientes vai além do atendimento clínico. A gestão hospitalar e dos serviços de saúde tem um papel poderoso nesse sentido. Hospitais que desejam expandir seus ambientes e ampliar seu nome precisam organizar-se previamente para um compartilhamento eficiente de informações, garantindo a redução de erros, acesso mais veloz aos cuidados e maior satisfação de quem mais importa: o paciente.

*Sérgio Okamoto é médico especialista em Saúde Ocupacional e Superintendente Geral do Hospital Nipo-Brasileiro. O Hospital Nipo-Brasileiro foi fundado nos 80 anos da imigração japonesa no Brasil.