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Testagem confiável em empresas pode evitar colapso econômico

Article-Testagem confiável em empresas pode evitar colapso econômico

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Enquanto o Brasil está diante de uma das maiores crises econômicas da história, a Covid-19 alcança milhões de casos no país. Aplicação de testes em grandes, médias e pequenas empresas com análise setorizada pode ser a solução para seguir em frente

“A Covid-19 não tem escapatória, é um vírus que vai estar entre nós”. A fala é do engenheiro e pesquisador da área de diagnósticos, fundador da empresa de biotecnologia Celer, Denilson Laudares Rodrigues. Para ele, para seguir com a geração de renda e de empregos a alternativa é se adaptar a essa nova realidade com soluções de prevenção confiáveis para evitar um sério colapso econômico.

Uma solução para minimizar efeitos da crise econômica, segundo o especialista, é o aumento da testagem em empresas de forma contínua e setorizada. “Como a probabilidade de pegar o vírus é maior para quem trabalha no mesmo setor, se for feita uma única testagem por setor a cada 15 dias, a detecção é rápida e, dessa forma, é possível segregar os infectados imediatamente, preservando o restante da equipe”, analisa.

Dessa forma, a Celer Biotecnologia está desenvolvendo programas de testagem para empresas, com estratégias voltadas para pequenas, médias e grandes corporações. A intenção é orientar empresários e gestores que precisam voltar a operar, sobre a importância de realizar testes contínuos em seus colaboradores para garantir maior segurança no ambiente de trabalho.

Além disso, a empresa criou um canal com conteúdo exclusivo sobre a Covid-19, com informações técnicas específicas para profissionais da área da saúde e ocupacional, incluindo telefone e contato com farmacêutico e biomédicos. O sistema de capacitação, inclusive, é uma das recomendações do Ministério da Saúde.

Preços altos dos testes para a Covid são empecilhos

Se a solução para evitar o colapso na economia é o aumento do volume de testes, os preços praticados pelo mercado assustam empresários. No caso da empresa de biotecnologia Celer, o valor de cada teste para o cliente final é de R$ 75, mas poderia ser bem mais atrativo se não fosse o alto número de “atravessadores” que não possuem a devida certificação. “O que aconteceu no Brasil com a pandemia é que apareceram muitos intermediários querendo lucrar e, quanto mais atravessadores no processo, mais caro será o produto no final, pois cada um coloca sua margem de lucro em cima e o preço aumenta. Com isso, o mercado travou. Por isso, é importante verificar se a empresa tem as autorizações devidas, como da Anvisa, além de alvarás e responsável técnico”, alerta Rodrigues.

Desde o início da pandemia, a Celer já importou cerca de 12,5 milhões de kits, que foram distribuídos para todo o Brasil. Atualmente, a empresa possui um estoque com 1 milhão de testes a pronta entrega. A última remessa, cerca de 800 mil kits, foi importada pela empresa de comércio exterior Tek Trade, com sede em Santa Catarina, que possui autorização da Anvisa para trabalhar com kits de saúde e remédios. A projeção otimista da Celer é vender aproximadamente 5 milhões de kits até o final do ano.

Qualidade do teste

Os testes rápidos para detectar a Covid-19 têm levantado questionamentos da comunidade científica por conta da precisão dos resultados. No caso dos kits distribuídos pela Celer, que são da fabricante chinesa Wondfo, o teste identifica os anticorpos ANTI-RBD e faz leitura dos anticorpos totais IgM e IgG, o que diferencia de outras marcas que costumam identificar os anticorpos separados.

Rodrigues explica que quando o corpo é contaminado pelo vírus, ainda na fase aguda, é produzido o anticorpo IgM. Já na fase tardia, o sistema imunológico ataca e o corpo produz o IgG, anticorpo de imunidade. “A combinação do IgM e IgG faz com que o teste da Celer tenha especificidade de 99% e sensibilidade de mais de 86%. Além disso, o vírus se liga à célula humana através da proteína S da parte RBD da proteína. Nossos testes trabalham com o RBD, que é específico da Covid-19. Outros testes costumam usar a proteína S1, o que acaba tendo reação cruzada, como por exemplo, com dengue, zica e outros vírus, e pode resultar em um falso positivo”, explica Rodrigues.

O teste da Celer foi um dos primeiros pesquisados pela escola de medicina de Harvard, além de parcerias com o hospital das clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Ouro Preto (UPOF).