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Restaurar para alcançar a sustentabilidade é preciso

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Utilização de recursos e a reposição dos mesmos ao sistema prometem a verdadeira sustentabilidade

Teoricamente uma organização sustentável precisa ser economicamente lucrativa, ambientalmente correta e socialmente responsável. Entretanto este equilíbrio está bastante distante do dia a dia das empresas, mesmo daquelas que o perseguem seriamente.

E podemos dizer que as instituições do setor de saúde têm uma vantagem quando o assunto é sustentabilidade, pois o interesse em evitar ações que prejudiquem a comunidade e o meio ambiente em geral são maiores do que em outros mercados, pelo fato da atividade fim ser a saúde e os descuidos impactarem diretamente a imagem e a credibilidade da companhia.

Em defesa de um olhar restaurativo, ou seja, ao invés de fortalecer a mensagem de “impactar menos” e enfatizar a possibilidade de “recompor”, o diretor executivo e arquiteto da Kahn do Brasil, Arthur Brito, questiona o quanto é efetivo estimular a reação e o engajamento das pessoas com informações do tipo: mais de 45% da população mundial não contará com a porção mínima individual de água em 2050, 8.600 áreas do tamanho do Maracanã são desmatadas a cada dia na Amazônia e a elevação do nível do mar em um metro expõe 145 milhões de pessoas e enchentes.

Ele tem se dedicado a levar o conceito aos mercados de saúde e educação. “Temos melhor receptividade nesses mundos, pois há um alinhamento de propósito de valor”, contou durante painel do Saúde Business Forum 2015 “Do Apagão à Sustentabilidade”. Para o arquiteto, o caminho para a motivação não deve ser por meio da ameaça, mas com foco na melhoria incremental. Ou seja, desenvolver projetos que ao invés de amenizar impactos, construam soluções, como por exemplo devolver a água utilizada no hospital para o sistema hidrológico com qualidade superior à recebida.

Entretanto o que ainda se vê, na maioria dos casos, é a gestão energética, hídrica, entre outras, com base em efeitos econômicos imediatos e na conquista de selos de qualidade que contribuem para a melhoria da imagem institucional, mas que não atestam a instituição como de fato sustentável, conceito ainda difícil de ser mensurado.

As próprias certificações, como o LEED por exemplo, preferem usar o termo edifício verde (green building) ao invés de sustentável. A certificadora norte-americana The Living Building Challenge tem desafiado organizações a cumprirem essa agenda restaurativa, que exige um minucioso trabalho de planejamento e execução.

*Painel "Do Apagão à Sustentabilidade" realizado no Saúde Business Forum 2015 trouxe os exemplos do laboratório Sabin e Beneficência Portuguesa de São Paulo para a discussão. Na próxima revista Saúde Business, você verá o detalhes das ações sustentáveis de ambas as instituições (texto editado às 11h28, do dia 16/06).