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OMS critica falta de investimentos em vacina contra ebola

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- Wikimedia
Margaret Chan disse que indústria é ‘motivada pelo lucro’. Enquanto isso, China anuncia envio de médicos para a África, e Austrália de recursos

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, criticou a indústria farmacêutica por não ter desenvolvido uma vacina contra o ebola, mesmo após 40 anos do surgimento da doença. Segundo ela, "como o vírus está confinado a países pobres da África, a indústria, que é motivada pelo lucro, não investe em mercados que não podem pagar".

A crítica foi feita na segunda-feira (3), durante reunião da Comissão Regional da África, em Cotonou, Benim. Conforme o último levantamento da OMS, 13.567 pessoas já foram contaminadas pelo vírus ebola. Destas, 4.951 morreram, a maioria em Serra Leoa, na Guiné e Libéria.

Margaret Chan salientou que a OMS tem lembrado a urgência de reforçar sistemas de saúde nos países africanos. Acrescentou que a organização não foi ouvida e o mundo pode sofrer consequências.

O vírus ebola apareceu pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos. Um foi registrado em uma vila perto do Rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em área remota do Sudão.

Médicos chineses
A China vai enviar 480 médicos para a Libéria para tratar doentes infectados com o vírus ebola em um centro sanitário que está sendo construído no país africano, anunciou nesta quinta-feira (6) um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. "A China sente o sofrimento das nações africanas e, como irmãos, oferecemos o apoio que podemos dar dentro das nossas capacidades", disse o porta-voz, Hong Lei.

Os primeiros 160 médicos chegarão à Libéria no próximo domingo (9) e os outros 320 quando o centro estiver pronto, disse o porta-voz. O centro, uma unidade com 100 camas, que deverá começar a funcionar em um mês, está sendo construído por militares chineses.

Desde março passado, a China enviou ajuda aos três países mais afetados pela epidemia - Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri -, no valor total de US$ 82 milhões, disse o porta-voz. A China é o maior parceiro comercial de África. Estima-se que ao menos 1 milhão de chineses vivam atualmente no continente africano.

Na segunda-feira (3), em Pequim, a Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar disse não ter sido encontrado qualquer caso de contaminação entre os cerca de 8,5 mil chineses residentes na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné-Conacri, países onde o ebola já matou quase 5 mil pessoas.

Recursos
A Austrália vai disponibilizar verba de US$ 17,5 milhões para a contratação de pessoal visando a combater o ebola em Serra Leoa, mas não vai enviar profissionais de saúde australianos para o país africano, anunciou na quinta-feira (5) o primeiro-ministro, Tony Abbott. “Antecipamos que sejam necessárias 240 pessoas para fazer o trabalho”, disse, indicando que a equipe vai ser formada por pessoal local.

O primeiro-ministro anunciou um acordo com a empresa australiana Aspen Medical para o envio de pessoal nos próximos dias. Hospital em Serra Leoa, com cerca de cem camas, construído pelo Reino Unido, é o local que abrigará o pessoal a ser contratado com os recursos da Austrália.

Abbott, que justificou o recrutamento de pessoal com o fato de se tratar de uma “emergência de saúde”, reiterou que a Austrália não vai enviar os seus cidadãos, apesar de não descartar a possibilidade de a Aspen trabalhar com australianos que desejem viajar para aquele país africano.

“Preocupa-nos particularmente que o pessoal australiano que se desloca para a África Ocidental possa ter acesso adequado a tratamento e aos procedimentos de evacuação”, afirmou.

A Austrália já tinha destinado cerca de US$ 15,7 milhões em ajuda para a luta contra o ebola na África Ocidental, para onde foram apenas voluntários australianos.

Em outubro, a Austrália suspendeu os vistos de cidadãos de países afetados pelo vírus.