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Novas formas de remuneração e tendências de acordos de compartilhamento de riscos

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Acompanhamos a 15ª edição do IQVIA World Review Conference que aconteceu no início de junho. A conferência sobre tendências de acordos de compartilhamento de risco, novas formas de remuneração e Value Based Healthcare utilizando dados de mundo real foi introduzida com um breve histórico da Saúde Suplementar no Brasil feito pelo presidente da ANS, Leandro Fonseca.

Alex O’Toole, VP e Global Head of Site & Patient Services, e Jaime Thompson, VP e General Manager, Real World Evidence, ambos da IQVIA, apresentaram as diferenças entre as quatro formas de contratos inovadores que incorporam considerações de valor: compartilhamento de risco baseado em finanças, compartilhamento de risco baseado em valor, cobertura com desenvolvimento de evidências e acordos de financiamento.

Estes modelos permitem diminuir o alto risco de novas terapias no mercado, especialmente porque há uma preocupação com o alto custo e as incertezas clínicas que elas trazem. As doenças que mais enfrentam este problema hoje em dia são das áreas de oncologia, cardiovascular, autoimunes e de distúrbios metabólicos.

Muitos avanços apoiaram estas novas formas de contrato. Considerando a infraestrutura dos provedores de saúde, podemos citar sistemas de faturamento e de gerenciamento da prática. Coleta de dados de pacientes através de dados de sinistro e de prontuário eletrônico; integração vinculando algoritmos a proteção da privacidade, além de fonte confiável para agregação e relatório de medições de contrato, com mecanismos para validação e auditoria.

A demanda por reembolsos baseados em valor é crescente e a recomendação é que se construa o quanto antes uma estratégia local de evidências. Este conselho serve para todos os players do mercado: da indústria farmacêutica pesquisando novos medicamentos ao provedor e pagador de serviços.

As fontes pagadoras dos serviços possuem três principais ferramentas para gerenciar os gastos com novas terapias: restringir o acesso, negociar e mitigar os riscos. No último caso é que se encontram as novas formas de contrato e as coberturas com desenvolvimento de evidências.

O foco tem sido na geração de evidência para mostrar efetividade e segurança assim como uma posição competitiva. A pergunta a ser feita é: como pode a geração de evidência através do ciclo de vida do produto melhor preparar o mesmo para as pressões do provedor e do pagador? Ou seja, é preciso iniciar a vida de um produto com seu fim em mente.

As alavancas deste processo podem ser os stakeholders, a tecnologia, os métodos empregados e os dados gerados. Estes podem criar uma infraestrutura para a geração de evidências e o relato de resultados de saúde de longo prazo.

Guilherme Julian, Gerente de Engajamento de Real-World Insights na IQVIA, mostrou que cada ator apresenta uma necessidade diferente de dados pois os utilizam para finalidades diferentes. Por exemplo, os órgãos reguladores precisam de dados de eficácia e segurança, enquanto os pacientes somente serão aderentes a um tratamento se os benefícios forem aparentes, tiverem uma melhoria da experiência no geral e os custos da intervenção forem razoáveis.

De qualquer maneira, existem critérios essenciais para que a transição para a saúde baseada em valor seja bem-sucedida, são eles: ambiente favorável para adoção, incluindo por exemplo cobertura em âmbito nacional, sistema de saúde integrado, desfechos centrados no paciente, modelo de pagamentos alternativos, infraestrutura de TI e engajamento dos stakeholders. O que vemos é que dados do mundo real estão apresentando um papel cada vez maior na tomada de decisão em saúde.