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Controlar a sinistralidade é uma questão de saúde financeira

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A saúde no Brasil ainda é uma questão que requer muito debate, por um lado acompanhamos a queda de braço na rede privada com relação aos reajustes aplicados – o índice neste ano chegou a quase 20% nos planos coletivos. Na outra ponta, acompanhamos a rede pública que é constantemente criticada pelo atendimento, mesmo assim, não significa que o custo do sistema seja baixo.

Para o setor produtivo, a questão tem igual importância já que o plano de saúde representa cerca de 35% dos custos com recursos humanos, ficando atrás apenas da folha de pagamento. No último ano, colocando na ponta do lápis, as empresas tiveram um aumento de quase 10% no custo com esse benefício.

Nesse sentido, não existe outra alternativa que não seja a de repassar a conta ao funcionário. Em muitos casos, a empresa acaba adotando contrapartidas como a implementação ou aumento do percentual de coparticipação, aumento da contribuição e mensalidade dos dependentes ou, ainda, acaba reduzindo os padrões de coberturas.

Por isso, a gestão desse benefício não pode ser negligenciada, é preciso acompanhar de perto. A principal ação, de início, é incentivar o uso consciente do plano, para que possa ter o resultado esperado de proporcionar qualidade de vida aos funcionários, além de contribuir com a produtividade.

No entanto, não podemos desconsiderar o fato de que o plano de saúde é um beneficio muito importante para o trabalhador em termos de segurança familiar. Diante de um cenário instável, como o atual, toda a atenção sobre o direcionamento da renda familiar deve ser bem gerida e ter dependentes cobertos por um plano tem grande valor.

O maior desafio para as empresas está em administrar de forma responsável esse custo e alinhar as reais necessidades dos colaboradores. Essa não é uma tarefa fácil, geralmente, os controles dos gastos recaem sobre a frequência do uso e pouco sobre os motivos da utilização.

Por outro lado, é preciso estabelecer alguns limites e fazer uma avaliação criteriosa da carteira, verificando quais são os fatores mais preocupantes. Diversos mecanismos podem ser utilizados, a exemplo de ações técnicas voltadas ao mapeamento dos tipos de sinistralidade e investigação das causas em potencial. Com essas informações, é possível estruturar a implementação de programas focados em prevenção.

Logo, planos baseados nas características peculiares de determinado contingente são capazes de atuar na utilização adequada dos recursos, objetivando a redução da sinistralidade. A consequência desse acompanhamento será percebida na redução dos índices de reajuste.

Além disso, a interação entre as áreas gestoras dos planos de saúde – Recursos Humanos e Financeira – também tem resultados significativos no controle dos custos. Por meio da troca de experiências, essas áreas conseguem estabelecer limites para assegurar uma visão adequada de indicadores qualitativos e quantitativos.

Outra forma de atuação, é a geração de um banco de dados com informações relevantes sobre a carteira, as formas de utilização e os custos. A definição de indicadores eficientes pode auxiliar na gestão dos planos, colaborando no processo de definições de estratégicas.

Um dos grandes motivadores para que este tipo de projeto ocorra é o potencial de economia que pode ser gerado, por meio de ações simples. É preciso atentar-se ao fato de que os planos empresariais representam 80% da cobertura privada, com cerca de 47 milhões de beneficiários, conforme dados da ANS (Agência Nacional de Saúde). Qualquer controle nessas carteiras resulta em economia para uma grande parcela da população atendida pelos planos coletivos.

Sobre o autor

Argimiro Espagnol Ferreira é CFO no Grupo Implus, especialista em Finanças Corporativas