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Como (re)pensar a sustentabilidade

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Você sabia que, segundo o Google Trends, a pergunta mais buscada na internet com relação a sustentabilidade no Brasil, no período de 13/06/19 a 13/06/20, é "O que é sustentabilidade?". Parece estranho que essa seja a questão que mais intriga os brasileiros em pleno século XXI, mas há uma explicação para isso.

A questão é que o conceito de sustentabilidade mudou muito ao longo dos anos. No começo da minha carreira, essa palavra já tinha ganhado destaque, mas ainda estava associada ao cuidado com o meio ambiente, junto com outros termos, como reflorestamento, limpeza de rios e lagos, economia de energia e papel, repensar o uso de combustíveis fósseis, mas sempre associando sustentabilidade ao meio ambiente.

Nos últimos tempos, o conceito ficou mais abrangente e incorporou a roupagem de como está hoje no dicionário, que especifica sustentabilidade relacionando-a a aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais, buscando suprir as necessidades do presente sem afetar as gerações futuras.

Ao meu ver, faz mais sentido, já que quando pensamos nas gerações futuras, construímos em nossa mente o mundo que queremos deixar a elas. E, de fato, ele não é permeado apenas pelo meio ambiente.

Por isso, a sustentabilidade precisa ser pensada por todos nós em suas várias facetas. Sustentabilidade é cuidar da água, da terra, da natureza. Mas, também é olhar para a igualdade de gênero, dar condições aos colaboradores para exercerem suas funções da melhor maneira possível, estimular a criatividade, reconhecer que as pessoas são o que diferencia uma empresa da outra, dividir o que se tem em grande quantidade com quem tem muito pouco, proporcionar cultura, educação e saúde a todos, melhorar a distribuição de renda, deixar de segmentar as pessoas pela cor da pele ou origem social, estimular o cuidado com a saúde e educar sobre todas essas questões.

É um conceito realmente bastante amplo, que está pouco a pouco saindo do campo das ideias para o das ações. No entanto, é preciso a força e a compreensão de toda a sociedade para que isso aconteça.

Percebe como não é tão esquisito saber que, pelo menos no Brasil, a pergunta "o que é sustentabilidade?" é a que reúne mais acessos quando se busca sobre o conceito de sustentabilidade no período citado? E esse fator complementa outra pesquisa realizada também no Google Trends, considerando todo o mundo e o período de 14/06/19 a 14/06/20, onde a primeira pergunta mais buscada é, na tradução para o português: "Por que as empresas estão começando a incorporar a sustentabilidade em seu modelo de negócios?".

A resposta está visível, por um viés ou pelo outro. A sociedade mudou, assim como aconteceu com o conceito de sustentabilidade. Hoje, uma empresa desperta interesse não só pela posição que ocupa no mercado ou por seu faturamento, mas também pelo propósito e pelas práticas relacionadas a diversidade, sustentabilidade e iniciativas sociais, para citar alguns exemplos. De fato, é tudo isso que irá determinar o verdadeiro valor de uma marca.

Mas aqui vale uma ressalva. Da mesma forma que sustentabilidade não é só cuidar do ‘verde’, ela também não é só filantropia. É preciso entender, praticar e disseminar o conhecimento de sustentabilidade em sua amplitude.

Uma forma de começar essa discussão na sua empresa é ter a agenda de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) como o fio condutor para uma atuação responsável aliada à ideia de progresso, já que ela engloba 17 objetivos, os ODSs. Estou segura de que não há evolução sem uma agenda de crescimento sustentável, da mesma forma em que não há desenvolvimento sem o protagonismo das empresas no tema.

A maioria das empresas já entendeu que implantar iniciativas sustentáveis não é um gasto, mas sim um investimento. Já estão no radar, também, as vantagens competitivas proporcionadas pelo tema, as oportunidades de mercado que são criadas, bem como a atração e retenção de talentos por trás de uma empresa sustentável. Mas quero trazer aqui uma provocação para quem talvez não saiba por onde começar: simplesmente comece!

Você pode começar de várias maneiras: por meio de pequenas práticas; com agendas sustentáveis e se comprometendo a solucionar os principais problemas globais, mas em âmbito local; apoiando a pequena comunidade no entorno da sua empresa. E essas são apenas algumas das várias iniciativas que podem surgir.

Começar pode não ser fácil, mas tem um valor enorme. Não só para você ou a sua empresa, mas para os colaboradores, a cadeia de fornecedores, as comunidades, os clientes, os investidores e todos os que estão à volta deles. Por isso, volto a dizer: simplesmente comece! Essa a forma que temos para construir o futuro no melhor tempo, o agora.

Sobre a autora

Camila Von Muller Vergueiro Caram é superintendente de Estratégia Digital e Marketing da OdontoPrev, empresa líder em planos odontológicos na América Latina e maior operadora do setor de saúde do Brasil em número de clientes.