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Área de saúde e segurança do trabalho ganha evidência na pandemia

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Debate promovido pelo Grupo Implus reuniu especialistas de diversos setores para abordar questões que possibilitam o retorno seguro das atividades presencias nas empresas

A área de saúde e segurança do trabalho deve sair fortalecida da crise gerada pela COVID-19, inclusive criando uma nova cultura de cuidado e promoção da saúde. Essa foi a constatação do debate realizado, na noite de quinta-feira (04/06), pelo Grupo Implus e que reuniu especialistas e figuras de renome de diversos setores.

A fala mais otimista, nesse sentido, foi a da médica e gestora de saúde corporativa da Volkswagen do Brasil, Daniela Isoyama Villahermosa, que na última semana colocou em prática o plano de ação para a retomada das atividades de produção da multinacional. “Percebo que a saúde ocupacional toma um lugar de maior importância nas empresas. Ninguém queria estar passando pela pandemia, mas se tem um aprendizado positivo nessa experiência, é a valorização da saúde e da segurança do trabalho”, avalia.

A médica explica que as quatros plantas da multinacional no Brasil já retomaram a produção de maneira gradativa. “Para isso, foram dois meses de trabalho intenso e de muita pesquisa, principalmente na experiência dos países que já tinham passado pela pandemia. Com isso, foi possível trazer ações já testadas e implantadas, resultando num protocolo padronizado com mais de 80 medidas”, esclarece Daniela.

Mediado pelo médico Cezar Berger, CEO do Grupo Implus, o debate também contou com a presença do presidente da ACP - Associação Comercial do Paraná, o empresário Camilo Turmina, que relatou como foi a retomada do comercio no Estado, principalmente o desafio para a reabertura dos shoppings. “Há uma semana, com muita alegria, reabrimos os shoppings e isso foi possível devido a um trabalho de conscientização da sociedade. Também mostramos as autoridades de que é possível a saúde e a economia andarem juntas. Mas esse ainda é um recomeço gradual e lento”, avalia.

Para o empresário, a cultura do cuidado já é percebida entre consumidores, lojistas e funcionários. “A pandemia mudou os hábitos das pessoas, a circulação não é mais a mesma, todos estão tomando cuidado. Não existe aglomeração no comércio e essa foi a alternativa que nós encontramos”, explica.

O advogado trabalhista e professor da PUC-PR, Hélio Gomes Coelho Junior, também concorda que este é o momento de as empresas unirem esforços para desenvolver soluções na área de medicina do trabalho. “É preciso ter muito cuidado no manejo das questões de medicina e segurança do trabalho. Não é o momento de a empresa cogitar em diminuir o orçamento, por conta da crise”, enfatiza.

Além disso, de acordo com o advogado, o Brasil ainda vai enfrentar muitos desafios neste ano e que é preciso unificar estratégias e alinhar o discurso entre estados, municípios e a União, assim como, dentro das empresas. “Deveria ter uma sintonia melhor entre o RH, o departamento médico e o jurídico. As empresas precisam calibrar melhor esse grupo para que fale exatamente a mesma linguagem para superar melhor a crise”, pondera Coelho.

A psicóloga Julyana Andrade Vieira, diretora da Implus Care, empresa especializada em linhas de cuidado com a saúde, também considera que saúde e segurança são temas bastante recorrente nas empresas, neste momento. “O engajamento para a cultura do cuidado hoje está muito mais fortalecido, o que talvez, num passado muito próximo, ficasse em segundo plano”, avalia.

No entanto, ela enfatiza que não existe uma fórmula pronta e que cada empresa vai precisar abordar a questão de maneira distinta. “A adoção de protocolos para o retorno seguro é muito específica para cada realidade. Por exemplo, nós temos uma equipe técnica designada para avaliar de que forma isso pode ser feito em cada empresa e conforme o setor em que ela atua”, esclarece.

Ainda para a médica Daniela, a experiência a partir da retomada da produção na Volkswagen mostra que é possível engajar toda a comunidade para o bem comum. “Estamos muito felizes em observar a alegria dos empregados ao retornarem as atividades e como eles estão desenvolvendo uma cultura diferenciada de segurança, com o cuidado ativo um com o outro. Isso demonstra que as medidas de segurança são a pedra fundamental para a retomada e que a palavra fundamental no comitê de crise das empresas deve ser a saúde”, finaliza.