Provavelmente, você já se perguntou se vale mesmo embarcar nessa tendência e aceitar planos de saúde na sua clínica veterinária. Não é uma escolha simples, mas tudo depende do seu modelo de negócio, da sua estratégia de crescimento e de como pretende adaptar a sua operação.

Aliás, é bem comum que essa dúvida persista, considerando que a tendência se desenvolve a passos lentos no país. Dados do Instituto Pet Brasil (IPB) apontam que apenas 1 em cada 20 animais de estimação possui plano de saúde. É um número ainda pequeno se comparado ao dos Estados Unidos, onde aproximadamente 40% dos pets contam com esse tipo de cobertura.

Por outro lado, oferecer atendimento por meio de planos de saúde pode trazer vantagens como a fidelização de clientes, aumento do fluxo de atendimento e o crescimento do seu negócio. Pensando nisso, este artigo traz alguns insights com os principais pontos a serem avaliados para que a sua decisão seja tomada com estratégia.

Diminuição na inadimplência

Sabe aquele cliente que atrasa ou deixa de pagar consultas e procedimentos? Quando ele é atendido por meio do plano, a inadimplência passa a ser responsabilidade da operadora. Dessa forma, o recebimento dos valores é garantido enquanto o contrato estiver vigente.

Ainda assim, vale verificar o tipo de contrato e buscar por cláusulas claras sobre os prazos de pagamento, reajustes e repasses.

Mais visibilidade

Se a clínica é pequena e você considera firmar parcerias com operadoras de planos de saúde, saiba que essa pode ser uma ótima estratégia de crescimento para se posicionar ainda melhor no mercado, com mais visibilidade.

Afinal, tutores que aderem a planos de saúde costumam fazer mais consultas e exames. São mais chances de retorno e, consequentemente, da recomendação dos seus serviços. Se a sua clínica está consolidada, também pode se beneficiar ao aceitar planos de saúde com a fidelização de clientes e a ampliação na carteira de atendimentos.

Valores praticados

Os valores praticados são uma das principais críticas, quando algumas operadoras pagam abaixo da tabela normalmente cobrada por tutores. Por isso, é importante avaliar e buscar acordos mais flexíveis. Vale ler atentamente os contratos, verificando quais serviços estão cobertos pelo plano, se o repasse é fixo ou percentual e se há carência ou coparticipação.

Fique de olho nos riscos

Margens apertadas, sobrecarga e agenda lotada para clientes particulares são alguns riscos a serem considerados, principalmente quando não há planejamento. Outro ponto no centro das discussões é a ausência de uma legislação específica no Brasil.

Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMVs) já estão discutindo a importância de uma regulação do mercado com a criação de uma Agência Nacional de Saúde para a Medicina Veterinária, a fim de garantir mais transparência e ética nos processos. 

Enquanto a regulação não vem, analise com cuidado critérios técnicos e financeiros de acordo com a sua realidade. Com as decisões certas, o plano de saúde pet pode ser um motor de crescimento para a sua clínica.

Assim, todos saem ganhando e você segue oferecendo o que mais importa: o melhor cuidado para a saúde dos pets.