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Saúde Business Fórum: terceiro dia

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No terceiro, e último, dia do evento, os participantes puderam discutir as propostas que elaboraram durante a dinâmica de experiência do paciente. Para abordar o tema, subiram ao palco Nathalia Nunes, Editora-Chefe do portfólio de Saúde da Informa, Claudia Cohn, Presidente do Conselho de Administração da ABRAMED, Felipe Rizzo, Head of Innovation and Service Lines da Optum, Katia Galvane, Diretora de Saúde da Everis, e Rafael Gomes de Castro, Presidente da Unimed Petrópolis.

“Sempre que eu via um processo de mudança, eu identificava três grupos: os que achavam que estavam completamente prontos para aquela mudança, outro grupop que precisava ser capacitado/motivado, e outro que precisava ser substituído porque não acreditava na mudança. O maior desafio não vai ser tecnológico, ele vai ser de mindset. É uma mudança de cultura importante.”, disse Felipe.

Kátia opina que os pacientes estão saturados. Seja de pesquisa de satisfação, de pushs ou aplicativos. “Ele não sabe mais priorizar aquilo que ele deve, ou o que de fato se aplica a melhoria de seu cuidado. Acho que a solução não é mais tecnologia, é lógico que vão existir coisas mais inteligentes, mais rápidas, mas a questão é o banho de cultura”. Ela conta que esteve trabalhando com empresas japonesas nos últimos meses, e que eles são incríveis em tecnologia, mas o que mais chamou a sua atenção foi a pergunta para a aprovação ou não de um novo projeto: “Onde está a singularidade?”.

Para ela, o melhor momento para se retratar a real experiência para o paciente é no momento da prestação do serviço. Depois, a temperatura não é a mesma, mas como captar isso da melhor forma será um trabalho em conjunto. Não será um modelo único, teremos que utilizar a tecnologia adequada para cada público.

Rafael compara o momento com uma consulta ao oftalmologista: em um primeiro momento, tudo está embaçado, não é possível ver com clareza o que está a frente, mas com alguns ajustes, começamos a entender o que está ali. “Como médico e gestor, eu digo, será mesmo que nós estamos preparados para as verdades que vêm do outro lado? Será que elas serão desconstrutivas acerca de tudo aquilo que nós julgamos como profissionais?”, provoca, se referindo à falta de participação

 que muitas vezes os pacientes têm nas decisões tomadas sobre o modo como o cuidado é realizado. “Falar sobre tecnologia, sobre a entrega de valor, sobre a jornada do cliente, de alguma forma nós estamos adaptando o discurso a nossa realidade. Mas será que isso, de fato, está atendendo à expectativa dos pacientes? Se nós como médicos, que somos a porta de entrada, não conhecermos, não entendermos e nos aproximarmos dos nossos pacientes, isso sempre será somente uma discussão e provavelmente iremos falhar”.

Segundo Claudia, em relação à telemedicina, a resolução não é abrangente o suficiente para ser exercida de ponta a ponta. Além disso, ela acredita que o paciente não foi ouvido, e mais, todas as emendas, sejam contra ou a favor, foram de interesses de comissões representativas de instituições. “Existem resoluções que foram colocadas, 30, 40 emendas... Porém, se você perguntar para o paciente, ele nem sabe disso! O próprio instituto de defesa do consumidor não ouviu o paciente. Eles colocam uma linha de raciocínio de que isso está defendendo o consumidor [e assumem estar correta], mas isso não existe!" Claudia completa ainda "eu acho que devemos ter uma responsabilidade e um papel diferente do que se vitimizar, e ouvir do setor todo que ‘não estamos conseguindo chegar lá’. Temos que pegar exemplos de outros setores. Na saúde, somos egocêntricos, achamos que sabemos tudo. A colaboração entre nós mesmos ajuda, mas temos que ser mais humildes e ir além, o universo é muito maior, e o engajamento envolve muito mais do que tecnologia. Isso não vai tirar o brilho de ninguém, vai otimizar o acesso e a qualidade. Nós não somos uma ilha”, disse ela. 

Katia comenta que durante o tempo que passou trabalhando fora da área da Saúde, em Smart Cities visitando as melhores iniciativas do mundo, saúde e educação sempre foram áreas de destaque. Os projetos entendiam o comportamento e hábito das pessoas para funcionarem. “Achar que área de banco é banco, área de indústria é indústria, está errado. São áreas de pessoas. Quem trabalha nesses lugares são pessoas. Tudo isso tem impacto no modelo de qualidade de vida, e consequentemente de saúde”. Além disso, ela chamou a atenção para como os médicos são vistos pela população e se “endeusam”, acreditando que fazem parte de uma elite, o que desencadeia uma postura afastada do “servir ao paciente”. 

Segundo ela, também médica de formação, os médicos, que muita vezes viram gestores, acham que a informação é deles. “Meu hospital, minha informação, meu laboratório, meus dados. Nada disso!”. A informação deve fluir, de forma coordenada, integrada e holística, para serviço da saúde, do paciente e do meio social.

“No meu grupo [na dinâmica] estávamos discutindo onde colocaríamos a digitalização. Ela deve ser colocada antes do nascimento, para que todos os dados já possam ser reunidos e compartilhados”, contou Rafael, e seguiu, “Os dados têm que ser uma ferramenta de empoderamento sobretudo, um patrimônio. E cabe a nós contribuirmos em cada contato”.

No Fórum, foram realizadas, ao todo, 548 reuniões estruturadas, cerca de 40% a mais do que o número da edição de 2018. Neste dia, as salas realizadas pelos parceiros do Saúde Business Fórum discutiram assuntos como Cuidado Baseado em Valor, Inovação para Otimização de Custos, Transformação Digital na Jornada do Paciente, Saúde Digital, Gestão Integrada em Leitos de UTI e Infraestrutura Hospitalar.

Já nos conteúdos editoriais, Helton Freitas, Presidente da Seguros Unimed, Graciema Bertoletti, Diretora de Gestão de Rede Médica da Amil e Jeane Tsutsui, Diretora Executiva do Fleury, discutiram o Engajamento e Experiência do paciente da perspectiva da digitalização de sua jornada. Para a medicina diagnóstica, Conrado Cavalcanti, Vice-Presidente da ABRAMED, Fernando Terni, CEO da Alliar, Lídia Abdala, CEO do Sabin, Sidney Klajner, CEO do Hospital Albert Einstein, Armando Fonseca, Diretor Médico do Hermes Pardini, e Rogério Ramires, CEO do Femme contaram as suas iniciativas. Por fim, Marcos Cunha, Superintendente Executivo de Negócios do AC Camargo, Rodrigo Lima, Diretor Executivo Nacional do Grupo Oncologia D’Or e Márcia Menezes, Diretora Médica do Oncoclínicas, discutiram Investimentos em Oncologia

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