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Aconteceu no Health 2.0 San Francisco!

Article-Aconteceu no Health 2.0 San Francisco!

Eu tive o prazer de participar e me voluntariar na conferência anual de Health 2.0 em San Francisco. A maior conferencia em saúde digital do mundo e congregando diversas autoridades na área, tanto o aprendizado que se pode obter quanto o networking são espetaculares e é altamente recomendável para todas as pessoas interessadas em interface entre tecnologia e saúde.

No primeiro dia do evento, participei do Body 2.0, no qual basicamente foi diversas apresentações e stands de Startups. Dentre as participantes, chamou a atenção: ChickRx no qual é um portal para perguntas & respostas e dicas de saúde focada em mulheres. LUMO, que através do custo de aproximadamente 1,25 dólares oferece uma espécie de cinto conectado a um app que avisa sobre a sua postura e orienta a sua correção. EyeNetra que oferece um equipamento que, acoplado a um smartphone, possibilita o uso como um instrumento oftálmico e que atualmente está no mercado indiano; e Azumio, um app de fitness em que um dos feitos de conseguir medir o batimento cardíaco através da câmera do iPhone.

Da conferencia em si, que ocorreu no hotel Hilton na Union Square de São Francisco, contou com diversos painéis, plenários, workshops e conversas, tornando a agenda lotada mas frutífera.

Um dos aspectos que está em proeminência é o uso de “Big Data” como a partir de mensagens do Twitter, ter uma base de dados que permita o foco da doença, o inicio da doença, propensão etc.

Outro ponto interessante foi a sessão “Research to Reality”, na qual foram apresentadas startups que promovem o link entre pesquisa e o mercado, por exemplo, ScienceExchange (www.scienceexchange.com) é uma plataforma que mostra o preço por um serviço laboratorial em uma determinada universidade, permitindo a comparação e o fácil acesso a este serviço. Um outro produto interessante é o www.app.traitwise.com , uma plataforma na qual a pesquisa por questionários leva a um levantamento do traço da população e sua condição.

Na sessão Não-mensionáveis, foram apresentados startups que lidam com temas menos convencionais como qualidade de vida, sexo e morte. A sessão, liderada pela Alex Drane, CEO da Eliza Corporation, contou com a presença de MyDirective (http://www.mydirectives.com/  ) o qual proporciona discussões e perguntas para uma hipotética situação de emergência, permitindo que uma decisão possa ser tomada de acordo com a vontade da pessoa e enquanto é possível obter uma resposta– questões como doação de órgão ou seguro de vida. CareCircle (www.carecircle.com) por outro lado, promove assistência para família ou para o “Caregiver” através da sua comunidade de suporte. Contou-se também com a presença de KamaszPanasz (http://www.kamaszpanasz.hu/ ) o qual é um portal para adolescentes porem suas perguntas acerca das perguntas que os rodeiam, inclusive e especialmente sobre sexo. Chama a atenção pelo fato da editora ser a pesosa mais jovem a apresentar no Health2.0 até agora. A ISIS (http://www.isis-inc.org/ ) por outro lado possui um aplicativo que permite que uma pessoa tenha no seu circulo 6 pessoas de confiança que podem ser contactados sempre que necessário, isto é, caso se encontre numa situação perigosa ou embaraçosa numa balada por exemplo, em alguns cliques é possível tentar buscar ajuda de alguma dessas pessoas de confiança.

No dia seguinte, contou-se com o painel com a apresentação de Research Fellows da Universidade de Stanford. Foi enfatizado que o time é interdisciplinar e se foca na criação de produtos que centre no individuo, ou seja, personalizado  e com o menor custo possível. Também foi comentado sobre a participação do Design School no processo de criação de produtos dos pesquisadores. O Design School de Stanford oferece “non-degree courses” para os estudantes de pós-graduação na universidade de Stanford e apropria-se do método de Design Thinking, o que é um método de criação de produtos mais centrado na necessidade do individuo ou da comunidade e que maiores explicações podem ser encontrados na nota deste post, para a criação de soluções para diversos setores, desde artes passando por política e chegando na ciência.

De modo geral, apesar de não poder ter participado de todas as sessões, por ter voluntariado em uma parte da conferência,  tampouco ficado todos os dias por questões logísticas, foi extremamente frutífero e proveitoso da parte que pude participar. Novamente salienta-se que, se você está interessado em aliar tecnologia com saúde, é a conferencia certa para estar no lugar certo para se estar – São Francisco é simplesmente incrível. Em 2013, a conferencia anual de Health 2.0 ocorrerá em São Francisco também e teremos também o primeiro Health 2.0 Latin America ocorrendo em Junho/13. Contamos com a presença de vocês!!

Tymo Nakao

www.about.me/tymonakao

Nota:

Design Thinking e o processo criativo

O processo de Design intitulado Design Thinking baseia-se na co-criação de um de um produto ou solução a partir de uma ideia com uma pessoa ou um grupo de pessoas. Gerando então, um produto mais adaptado para o usuário final.

Este processo começa com a identificação do problema e frequentemente é uma etapa que pode oferecer a dúvida quanto ao progresso do projeto, já que:

1) as pessoas da comunidade podem não perceber que é um problema e conviver normalmente com ela

2) a solução adotada previamente pela comunidade já supre as necessidades da mesma.

Um caso expressando o “2” foi: um grupo estava focado em melhorar o piso das casas da população. O detalhe do projeto foi que o grupo foi com a intenção de melhorar a condição dos pisos, ou seja, já estava focado neste aspecto – pode ser feito tanto focando em um tema como saneamento, situação financeira, artesanato, ou ir aberto para a demanda da população (mas claro que pode se mudar no decorrer do caminho, caso convier). O piso encontrada em uma comunidade estava bom: ou era azulejo ou era um piso batido mas que não oferecia desconforto para a população e parecia não haver a necessidade de melhorar pelo menos não aparente (Posteriormente o grupo foi para uma comunidade com muito mais necessidade de um piso adequado).

De qualquer modo, deve ser feito inicialmente a imersão na comunidade. Tente usar os 5 sentidos que você possui e particularmente a visão e a audição. Entreviste várias pessoas e faça perguntas abertas, que permita que as pessoas expressem suas opiniões sinceras. Essas informações geradas a partir do ponto de visto deles serão úteis posteriormente para comparar com suas observações e entender o cotidiano das pessoas. Aliás, falando em cotidiano, a imersão é feita preferencialmente com o contato direto com o dia-a-dia da população. O ideal é passar alguns dias morando e vivenciando o que está passando na comunidade. Se necessário por exemplo, passe algumas horas na maca de um hospital, ou na fila do ambulatório, ou ajudando a vender frutas na feira, ou construindo uma casa. Enfim, mergulhe e sinta na pele literalmente o cotidiano da população.

Depois da pesquisa de campo, é hora de organizar e transformar as informações e os problemas em solução. É hora de brainstorming, de jogar várias ideias, propor soluções. E usar bastante post-its. É importante nesta etapa não julgar a proposição dos outros. Tente libertar a sua criatividade e lembre que cada ideia gerada pode gerar um insight no outro e assim diante – ou em você mesmo, se estiver fazendo sozinho.

Depois de gerado algumas soluções, é a vez de prototipagem. Prototipe de modo mais fidedigno ao ambiente que será encontrado e também use a criatividade. Diferentes materiais, métodos e modelos. O cuidado que se deve ter aqui é com o custo, já que é a hora que gasta para adquirir a matéria prima e/ou as ferramentas necessárias para a criação.

Depois da criação do protótipo, valide-o com a comunidade e corrija ou melhore os pontos necessários, se possível na etapa seguinte crie com eles. Completa-se então o ciclo de identificação de problema -> geração de ideias -> prototipagem. O processo de design é infindável e nunca se encontrará o “design perfeito”, mas é extremamente interessante para a criação de produtos que visem realmente atender as necessidades de uma determinada população.

Tymo Nakao

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