Uma das principais novidades desta edição, a Plaza Hospitalar, estreou com sucesso total. O ambiente conta com um palco de conteúdo – promovido pelo HIS – Healthcare Innovation Show – onde há programação prevista para toda a tarde.
José Colletti Junior, médico do Hospital Israelita Albert Einstein, inaugurou o palco com a palestra “Uso de indicadores para melhoria da qualidade em UTI pediátrica e neonatal”. Ele apresentou o caso de um hospital verticalizado que conseguiu reduzir o número de internações externas e diminuir custos em mais de R$ 1,6 milhão.
Colletti explica que manter um paciente em UTI é muito caro. “Esse é um fator que precisa ser muito bem gerenciado, assim como deve ser prestada a melhor assistência possível ao paciente, principalmente no caso de uma instituição verticalizada”, afirma. O hospital em questão tinha altas taxas de ocupação e permanência na UTI pediátrica e neonatal.
Para solucionar esses problemas, Colletti relata que foi utilizada uma ferramenta de melhoria da qualidade, EPIQ, desenvolvida na Universidade de Alberta, no Canadá. A partir da jornada de aprendizagem e implementação, o sistema possibilitou a redução de 66 internações externas e diminuiu custos em mais de R$ 1,6 milhão.
Implementação e desafios da Melhoria de Qualidade
Colletti orienta que, para implantar um sistema, quatro etapas devem ser seguidas: definição do problema; aplicação de uma ferramenta de melhoria da qualidade; medição da melhoria e publicação dos resultados.
Na fase de compartilhamento dos resultados, o médico sugere sempre envolver o escritório de pesquisa da instituição. Para ele, essas experiências precisam ser compartilhadas com o setor. “Hoje existem técnicas mais modernas, baseadas em evidências. Por isso, é importante publicar para que outras pessoas possam replicar esse conhecimento”, destaca.
Quanto aos desafios para inserir essa cultura de melhoria, Colletti afirma que o cenário já foi pior. “Faltavam pessoas com formação em gestão mais moderna. A área mudou muito nos últimos anos. Acredito que técnicas de melhoria da qualidade foram implementadas com mais eficiência. Antigamente, muita coisa era baseada em achismos”, ressalta.
No entanto, Colletti afirma que esse movimento ainda é tímido em algumas áreas do país. “No Brasil, principalmente em algumas regiões, isso ainda é muito incipiente; falta a disseminação desse conhecimento. Há muitas pessoas com boa vontade, mas sem ferramentas adequadas para agir. Acredito que os hospitais estão realmente procurando profissionalizar essa área, mas ainda há um longo caminho pela frente”, finaliza.