Durante o 34° Congresso da Fehosp, Paulo Magnus, CEO da MV, destacou os principais desafios e caminhos para a transformação digital no setor filantrópico de saúde. Em entrevista ao Podcast Saúde Business, ele abordou a urgência de investimentos em tecnologia, mesmo diante das limitações orçamentárias enfrentadas por essas instituições.
Segundo Magnus, o setor filantrópico enfrenta barreiras estruturais que tornam o processo de digitalização mais complexo. “A tabela de remuneração do SUS para os hospitais filantrópicos é deficitária há décadas”, afirmou. No entanto, ele ressalta que existem exceções, como a Tabela Paulista, que trouxe avanços significativos.
Um dos principais gargalos, segundo ele, é a falta de percepção sobre a importância da tecnologia. “As instituições investem em tomógrafos, em áreas físicas, em ressonância… e a tecnologia ainda não tem a percepção da importância que ela passa a ter”, pontuou.
Para ele, o avanço tecnológico só acontece de forma consistente quando há uma liderança comprometida com essa agenda. “Nós temos que ter uma pessoa, de preferência um médico, que tenha um desejo de fazer uma transformação digital”, afirmou Magnus, reforçando que a liderança médica pode acelerar o processo com mais naturalidade.
A inteligência artificial (IA) também foi tema da discussão. Para Magnus, trata-se de uma tecnologia indispensável e inevitável. “Estamos diante de uma avalanche digital. A inteligência artificial veio para ficar e vai, sem dúvida, acelerar a transformação digital”, afirmou. Ele mencionou que a MV já oferece aos seus clientes ferramentas baseadas em IA que podem automatizar desde processos médicos até administrativos.
Magnus também alertou para os riscos éticos e operacionais da adoção de tecnologias sem a devida infraestrutura. “Temos uma fragilidade muito grande nos data centers da maioria das instituições. Precisamos investir também em segurança, porque muitos hospitais estão sofrendo invasões neste exato momento”, afirmou.
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