Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO, e Aguinaldo Catanoce, superintendente do Hospital PUC-Campinas, discutiram os caminhos para impulsionar a produção nacional de tecnologias e dispositivos médicos. A conversa, realizada no podcast Saúde Business, gravado durante o Congresso da Fehosp, reforça o papel da articulação entre indústria e hospitais para construir um sistema de saúde mais independente, sustentável e inovador.
A indústria brasileira de equipamentos médicos já responde por cerca de 40% do consumo no país, mas poderia avançar mais se enfrentasse menos barreiras estruturais. “Temos capacidade industrial e vontade de inovar, mas os recursos não chegam à ponta. O maior consumidor da saúde no Brasil é o SUS, e ele não tem verba para comprar produtos inovadores”, alerta Paulo Fraccaro.
Para o executivo, é preciso desenhar políticas públicas de incentivo à produção nacional, com foco específico na demanda do sistema público de saúde. “O meu sonho é ter algo parecido com o programa dos genéricos, que facilitou o acesso a medicamentos. Precisamos de uma política parecida para dispositivos médicos, com recursos garantidos para hospitais públicos e filantrópicos”, defendeu.
Aguinaldo Catanoce trouxe a perspectiva de quem vive os desafios da ponta. Ele destaca que hospitais como o PUC-Campinas já avançam em iniciativas de modernização, mas enfrentam restrições severas de financiamento. “Somos muito eficientes, mas é preciso parar de romantizar o SUS. Falta fonte de financiamento para investir em inovação e tecnologia”, afirmou.
Segundo ele, o diálogo com a indústria é essencial para tornar a produção nacional mais assertiva e conectada às necessidades reais dos hospitais. “A aproximação entre hospitais e indústria é o caminho. Temos que conversar mais, entender as dores um do outro”, disse.
A entrevista na íntegra já está disponível no nosso canal do Youtube. Assista!
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