A inteligência artificial (IA) já ocupa papel central na estratégia de inovação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP). Durante a gravação do podcast Estúdio Saúde Business – Congresso Fehosp 2025, Giovanni Cerri, presidente do Conselho Diretor do Inrad e do Núcleo de Inovação Tecnológica do HCFMUSP, afirmou que a tecnologia tem potencial para transformar a saúde pública ao garantir mais eficiência, segurança e equidade no atendimento.

Segundo o executivo, a pandemia foi um catalisador da transformação digital. “Foi uma tragédia sanitária, mas deixou um legado positivo: a aceleração da introdução de tecnologias na saúde”, afirmou. Cerri lembrou que, durante o período crítico da Covid-19, o HC incorporou ferramentas como a telemedicina e, na sequência, expandiu iniciativas com foco em conectividade, 5G e inteligência artificial.

Diagnóstico mais ágil e menos desigualdades

Cerri compartilhou que o Hospital das Clínicas foi pioneiro na criação de um hub dedicado à inovação em saúde, o Inova HC, onde nasceu o In.lab – Laboratório de Inteligência Artificial, em parceria com a Siemens Healthineers do Brasil. A iniciativa já aplica Inteligência Artificial no diagnóstico por imagem, com base em um dos maiores repositórios de dados clínicos do país. “A IA é um dos melhores instrumentos para impactar a eficiência, a segurança do paciente e a redução de custos”, disse.

Cerri também reforçou que a tecnologia pode atuar como aliada na redução de erros médicos e na sustentabilidade do sistema de saúde, especialmente diante do envelhecimento populacional e do aumento da demanda. “Cada erro no cuidado tem um custo: não só em vidas, mas para todo o sistema”, alertou.

Além dos ganhos operacionais, a transformação digital pode contribuir para diminuir desigualdades históricas. Para o especialista, levar acesso à saúde para regiões remotas e periferias urbanas deve ser uma prioridade das políticas públicas. “A tecnologia precisa estar a serviço da população e da equidade”, concluiu.