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Que dificuldades as startups de saúde têm ao abrir operação fora?

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O primeiro evento do Empreender Saúde em sua nova sede ocorreu sob o tema de Internacionalização de Startups de Saúde. na semana passada.

O primeiro evento do Empreender Saúde em sua nova sede ocorreu sob o tema de Internacionalização de Startups de Saúde, no dia 28 de janeiro. Algumas das empresas trouxeram discussões sobre investimento estrangeiro e o contato com o mercado externo, mesmo que não haja operação em outros países.

A Medicinia é um exemplo de empresa que não possui operação internacional, mas, desde o princípio conta com investidores estrangeiros e influência de negócios de fora do país. Para eles, o desafio é diminuir o desperdício dentro do hospital que, segundo Daniel Branco, CEO da empresa, pode chegar a 12 bilhões de dólares, graças ao maior tempo de leito, à existência de leitos vazios com emergência cheia e eventos sentinela, com erros médicos mais graves.

Nas palavras dele “simplificamos os processos dentro do sistema de saúde e tentamos colocar novos processos que otimizem a comunicação entre os profissionais de saúde”. Sobre investimentos, Daniel comentou que “o dinheiro é agnóstico, não faz tanta diferença de onde vem; o que faz diferença é o portfolio do investidor, se você vai ser mais B2B, mais B2C..” e isso importa bastante caso a empresa queira criar um portfolio futuro internacional ou ter este apoio de especialistas de fora.

Já o Projeto CIES apresenta um status bastante diferente, sendo uma OCIP, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, que surgiu, segundo Dr. Marco Cezario, da experiência pessoal do fundador, Roberto Kikawa, quando acompanhou o tratamento de um câncer de laringe em seu pai e não viu atendimento de qualidade, algo que pudesse salvar a vida dele.

Eles já chegaram a realizar, no Brasil, 40 mil exames em um mês e, durante este ano, planejam atividades na Colômbia e no Peru. Para isso, estão na fase de estudo dos sistemas de saúde da América Latina. Segundo Dr. Marco, a operação no Peru e na Colômbia parece ser mais simples que a implantação já realizada no Brasil.

A Saúde Controle, outra startup criou uma plataforma de armazenamento do histórico médico do paciente. Eles querem que cada um dos indivíduos seja detentor da sua própria informação. A ideia surgiu em março de 2013 e o projeto se tornou uma plataforma B2C, mas, na verdade, eles estão buscando parcerias B2B.

Durante o desenvolvimento, surgiu a oportunidade de apresentar o projeto no NY Hub, por meio de um empreendedor de lá e isso gerou um contato de investidor americano. Certamente, para chegar a este ponto, a empresa precisou amadurecer e usou bastante da experiência anterior de seus fundadores.

O fundador da Natue, Fábio Katayama, contou um pouco sobre seu processo de internacionalização, que também veio por conta de um investidor, no caso, europeu. A empresa foi lançada em dezembro de 2012 com a operação voltada para um e-commerce de produtos naturais. A parceria fechada com a NU3, um varejista europeu, trazendo alguns benefícios interessantes para a empresa, como a possibilidade de um footprint internacional, facilitando a identificação de novas tendências, a importação de produtos, os testes de novas ferramentas que modifiquem o modelo de negócios e um ganho de credibilidade perante fornecedores e consumidores.

Segundo ele, é de extrema importância procurar um parceiro que tenha um fit cultural com a empresa para que a operação continue acontecendo da melhor forma possível. Ainda segundo ele “nós tendemos a subestimar o esforço que envolve a internacionalização, achamos que seriam simples horas da nossa rotina, mas, você percebe que muito tempo do seu dia deve ser dedicado para todo o processo. Muda um pouco o mindset, muda um pouco o negócio, mas toma tempo.”

A última fala do dia foi da Softex, que trabalha com empresas brasileiras, ajudando-as a fazer parte do cenário mundial de negócios, levando-os para feiras e eventos internacionais, por exemplo. Segundo Carlos Leitão, gerente da área de investimentos, “para exportar, precisa ter maturidade” e os brasileiros, perante alguns mercados, é mais imediato. Segundo eles, na Europa, para se ganhar confiança de compradores, a empresa tem que estar no evento em vários anos consecutivos para começar a ter credibilidade, enquanto o americano segue mais o modelo imediato, gostando da ideia e comprando na primeira oportunidade.

Uma lição muito valiosa que todos os participantes deixaram para o público foi de se preparar mesmo antes de ter intenção de se internacionalizar. É importante manter a contabilidade, os processos e o produto em dia para que, quando chegar a possibilidade de um investimento ou parceria estrangeira, as negociações possam ocorrer de maneira rápida e sem frustrações para ambos os lados.