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Como criar uma universidade empreendedora

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O que realmente cria uma universidade empreendedora e inovadora? Mais ainda, como ela pode se manter na ponta da inovação?

O Buzzword atual “inovação” é usado extensivamente em campanhas de marketing por variadas empresas e instituições atualmente, incluindo ONGs, escolar e universidades. Mas o que realmente cria uma universidade empreendedora e inovadora? Mais ainda, como ela pode se manter na ponta da inovação?

A resposta única e exclusiva é complicada, se não impossível, mas a partir do entendimento do funcionamento das universidades no Brasil e fora, podemos tentar delinear as características:

Relação aluno-professor e o compromisso com o ensino

A possibilidade de ser ter a tutoria, do acompanhamento proximo e da acessibilidade do professor constitui um dos fatores para sanar as dúvidas e progredir academicamente, além de ser um incremento à motivação. A postura do professor em relação ao ensino e desempenho acadêmico dos alunos também é bastante importante para que a constante melhoria seja implementado a partir do feedback dos alunos.

Ouvir o feedback dos alunos e implementar mudanças

Muitas pessoas já são incrédulas do efeito que um “questionário de feedback” pode proporcionar. E isto se deve a não conseguir visualizar o resultado e o compromisso à mudança. Não é diferente no ambiente acadêmico, em que os feedbacks dos alunos parecem não ser levados em consideração e, pior, as sugestões dos alunos são levadas invariavelmente como “imaturos” ou “irracionais”.

Se não conseguir ouvir as palavras de quem está no campo e mergulhar em suposições e concepção de ideias, dificilmente progrediremos em educação

Foco em atividades interdisciplinares

As atividades interdisciplinares constituem trabalhos que contam com dois ou mais campos de estudos distintos e atualmente conseguimos “minar” bastante inovação a partir disto.

Naturalmente, existem campos e pesquisas em que um aprofundamento em uma só disciplina é necessário ou importante, mas cada vez mais a colaboração e conjunção de disciplinas constituem a chave para o sucesso da pesquisa.

Um estudo abrangente e interdisciplinar permite a criação de ideias antes não concebíveis com um só campo. Exemplos são cluster de inovação Media Lab do MIT e departamentos de “translation medicine” em diversas universidades e Departamento de BioDesign em Stanford.

Não podemos mais nos focar única e exclusivamente numa disciplina, sem olhar para o meandro de relações e conexões com outros estudos. Um dos maiores assets da universidade é a existência de muitos pesquisadores de diversos campos e devemos encorajar uma colaboração em matéria, pesquisa e estudo. No Brasil, parece que as faculdades formam uma ilha dentro da universidade, sem comunicação entre os alunos e muito menos entre os professores.

Burocracia e Transparência

As burocracias com as instituições de fomento à pesquisa é um tema comum entre os pesquisadores-professores e estudantes. Mas também, mesmo dentro da mesma faculdade, é comum depararmos com situações de falta de transparência, dificuldade de comunicação e desconhecimento às diversas regras, inclusive dentro de uma mesma matéria oferecida aos alunos. Estas circunstâncias que podem ser evitadas, bom, devem ser evitadas.

Atividades oferecidas aos alunos

Pode-se ouvir que “a diretoria X apoia as atividades extracurriculares” ou que a “coordenação Y gosta de ver os alunos trabalhando fora do ambiente universitário”. Mas precisa-se ver as atividades concretas exercidas por estas pessoas: dão apoio financeiro ou de espaço físico? Dão incentivos concretos para que estas atividades sejam realizadas? A carga horária normal é compatível com as atividades extracurriculares que podem agregar valor aos estudantes?

O seu vizinho pode desejar um bairro limpo também, mas se ele não age nem dividindo o lixo em recicláveis e não-recicláveis, se torna um desejo um tanto platônico.

Carga horária e a linha de produção

As universidades brasileiras contam com uma das maiores cargas horárias do mundo, e em muitas matérias os estudantes sentem que seria melhor se eles estudassem em casa. Mas alguns professores também argumentam que “estudantes não estudam em casa”. O ciclo de falta de confiança também persiste no fato de se ter um pensamento preponderante de que “passar tempo sentado e absorvendo conhecimento é saudável”.

A forma como está se ensinando na universidade, tal como no ensino secundário, se foca em uma linha de produção, tal como o Sir Ken Robinson, que possui o título de maior vídeo TED assistido, diz.

A linha de produção não leva em consideração as características de aprendizagem das pessoas ou em criar um indivíduo capaz de pensar e agir, de questionar e criticas e de se tornar um cidadão. Para ela, o importante é a data de “fabricação”: data de nascimento para o ensino primário e secundário e a data de entrada no vestibular para o ensino universitário.

A padronização, apesar de ser necessário e de extrema importância para garantir um padrão técnico-científico adequado, de longe é o componente único para a formação universitária.

A extensa e extrema memorização para as provas, as aulas longas e improdutivas, seminários intermináveis e carga horária que impossibilita o exercício de outras atividades constituem marca de uma vida universitária atual. Naturalmente existem aulas excelentes, professores e tutores fantásticos e seminários que acrescentam no conhecimento, mas elas são a minoria. Precisamos pensar em que tipo de pessoa queremos formar e que qualidade queremos oferecer aos alunos enquanto estão na aula da universidade.

Segurança dos alunos

Basicamente, é necessário assegurar a segurança e proteção dos alunos. Universidades se omitirem em questões de crime no campus ou na cidade universitária é deplorável. Não tomar responsabilidade e agir como se todos os alunos possuem um carro blindado ou um segurança é inadmissível.

Cidade universitária

Além da segurança citada anteriormente, precisamos pensar que tipo de opções de lazer são oferecidos aos alunos?

Existem cafés para os alunos se encontrarem e descansarem? E opções de restaurantes para o almoço? E jantar? Existem mercados e o acesso é facilitado? Como está o transporte público? Existem oportunidades para se praticar esportes regularmente? Esta oportunidade é acessível para quantas pessoas?

São inúmeras questões que, no fundo, tem um intuito simples: não formar robôs.

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