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Censo de Venture Capital e Private Equity no Brasil, do FGVCepe

Article-Censo de Venture Capital e Private Equity no Brasil, do FGVCepe

Jacilio Saraiva | Para o Valor, de São Paulo

31/03/2011

Um dos maiores problemas das pequenas e médias empresas - a falta de capital disponível para investir na expansão dos negócios - pode receber um alívio nos próximos anos. De acordo com o 2º Censo Brasileiro da Indústria de Private Equity e Venture Capital, divulgado pelo Centro de Estudos de Capital de Risco da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Eaesp), o investimento em empresas nascentes no Brasil cresce 35% ao ano e as companhias em estágio inicial de desenvolvimento representam 41% dos aportes de capital de risco no país. Para os especialistas, em 2011, as áreas que receberão mais recursos dos fundos são as de tecnologia da informação, infraestrutura, energia e combustível, farmacêutica e serviços para as classes C e D.

"O mercado de grandes empresas, já consolidado, oferece poucas opções. Assim, as pequenas e médias organizações tornam-se boas alternativas de investimento e a tendência é de crescimento no volume de fundos", analisa Miguel Abdo, diretor da consultoria Naxentia, que ajuda investidores estrangeiros que pretendem entrar no Brasil.

De acordo com o estudo da FGV, que entrevistou 144 dos 180 fundos ativos no Brasil, o setor contava com um volume de US$ 36,1 bilhões de capital comprometido em 2009, um salto significativo sobre os US$ 8 bilhões registrados em 2005. Do total, US$ 18,2 bilhões já estão aplicados e US$ 17,8 bilhões ainda devem ser investidos em, pelo menos, 500 companhias brasileiras.

Segundo o censo, o aporte médio dos fundos de venture capital ou capital empreendedor no Brasil é de US$ 4 milhões por empresa. Em 2009, os setores com maior volume de investimentos foram os de TI e eletrônica, com 15% do total; energia e óleo, também com 15%, além dos segmentos farmacêutico, médico (11%) e agronegócio (8%).

Para se tornarem atraentes, as organizações precisam combater a informalidade, problemas fiscais e a ausência de sistemas de gestão corporativa, explica Abdo. "O investidor quer empresas com potencial para alavancar o crescimento."

É o caso do Peixe Urbano, site de compras coletivas que, no primeiro ano de vida, recebeu aportes de dois fundos de venture capital: o californiano Benchmark Capital, investidor de empresas como Twitter e eBay, e o Monashees Capital, do Brasil. O valor dos investimentos não foi divulgado. "O principal objetivo da operação é impulsionar a expansão da companhia e contratar mais executivos", explica Júlio Vasconcellos, um dos sócios e diretor do Peixe Urbano. "Temos cerca de cem vagas abertas nos setores de marketing, tecnologia e vendas."

Fundado na casa dos criadores, no Rio de Janeiro, em março de 2010, teve um investimento inicial de R$ 100 mil dos sócios. Hoje, com 450 funcionários, está presente em mais de 50 cidades e já cadastrou sete milhões de usuários. Este mês, estreou a versão argentina do site, que deve marcar o início da expansão dos negócios na América Latina. A estimativa do Peixe Urbano é que o mercado de compras coletivas no Brasil fature mais de R$ 1 bilhão em 2011.

"Estamos analisando novas oportunidades em áreas como e-commerce, games, e-learning e tecnologias para serviços financeiros", adianta Eric Acher, sócio-fundador do Monashees Capital, um dos investidores do Peixe Urbano.

O Darby Private Equity, gestor de fundos com atuação na América Latina, sudeste asiático e leste europeu, deve fazer, nas próximas semanas, os primeiros investimentos no Brasil em 2011, nos setores de tecnologia para o setor ferroviário, petróleo e gás. "Os aportes variam de R$ 25 milhões a R$ 60 milhões por companhia", afirma o diretor Fernando Gentil. O Darby reservou R$ 300 milhões para o país em 2011, 20% mais que o aplicado no ano passado.

Confira a apresentação completa:

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