Depressão, ansiedade, transtorno bipolar, entre outros problemas, estão ganhando força na sociedade, causando danos que por vezes, são irreparáveis. É por isso que o Setembro Amarelo, mês de campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio é tão importante, reforçando que população, órgãos e profissionais da saúde precisam estar unidos para combaterem um grave cenário, ajudando a preservar as vidas ao redor.

Quer entender mais sobre essa campanha e qual o papel dos profissionais de saúde? Então continue com a gente!

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O que é Setembro Amarelo?

Setembro Amarelo é nome dado a campanha de prevenção ao suicídio que acontece no mês de setembro, onde no dia 10 ocorre o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Durante todo o mês, profissionais da saúde e entidades públicas intensificam suas ações visando prevenir e conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação da vida.

Obviamente que a saúde mental é um ponto central de todo esse movimento, com diversos esforços sendo conduzidos para informar as pessoas sobre os transtornos e condições que podem levar uma pessoa a esse ponto.

São feitas uma série de discussões entre a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) para definir o tema de cada ano. Em 2024, por exemplo, a campanha terá como foco “Se precisar, peça ajuda”.

A ideia é convocar as pessoas a participarem ativamente dos cuidados com o próximo, tornando o ambiente mais acolhedor para que aqueles que precisam conversar se sintam a vontade para isso. Por isso, a escuta ativa, empática, e sem julgamentos, é fundamental para diminuir o tabu que existe em torno desse tema.

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Qual a história do Setembro Amarelo?

O Setembro Amarelo surge em função do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que foi instituído pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2003. Entretanto, a história real dessa campanha começou em 1994, quando o jovem americano Mike Emme cometeu suicídio, e em seu velório, diversos cartões decorados com fitas amarelas foram colocados em uma cesta, com a frase “Se você precisar, peça ajuda”.

Mike era um rapaz feliz, animado, de apenas 17 anos. Por ser especialmente habilidoso com carros, restaurou um automóvel Mustang 68, e pintou ele de amarelo.

Por ser visto como uma pessoa alegre, prestativa e alegre, todos foram pegos de surpresa com o ocorrido, acendendo o alerta para como todos precisamos estar atentos aos sinais das pessoas ao nosso redor.

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Dados sobre transtornos de saúde mental no Brasil

Segundo análise do Covitel – Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, realizado pela Vital Strategies, organização global de saúde, e pela Universidade Federal de Pelotas, os diagnósticos de depressão na população adulta brasileira cresceram 41% nos dois primeiros anos de pandemia de coronavírus.

Foram analisados diversos dados sobre saúde mental no Brasil de antes da COVID-19 e do primeiro trimestre de 2022. Além disso, de acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, o total de mortes no país por lesões autoprovocadas foi de cerca de 7 mil para 14 mil nos últimos 20 anos, sem considerar a subnotificação. O último número equivale a mais de um óbito por hora.

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Qual o papel dos profissionais da saúde no combate ao suicídio?

Diante destes números, é possível afirmar que os profissionais da saúde possuem um importante papel no combate ao suicídio, não somente alertando e instruindo a população, e realizando e apoiando campanhas, mas atuando no dia a dia de forma humanizada, colocando os pacientes em primeiro lugar.

Independentemente da especialidade, estes podem fazer toda a diferença ao atenderem as pessoas de forma amigável, levando em consideração que alguns problemas de saúde podem causar por exemplo, a depressão, resultando em suicídio, e que obstáculos que envolvem o lado psicológico, também podem gerar grandes desafios físicos.

A forma de ouvir, conversar e direcionar as pessoas impacta diretamente na maneira como estas se sentem acolhidas, e é importante ressaltar que é mais fácil que um paciente ouça um profissional da saúde, se este passar confiança e se mostrar como um parceiro.

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Como trabalhar um atendimento humanizado para o Setembro Amarelo

Antes de tudo, é importante deixarmos claro que o atendimento humanizado e os cuidados com a saúde mental dos pacientes deve ser algo contante ao longo do ano, e não uma atenção específica de uma campanha. O setembro amarelo existe para conscientizar e se intensificar essas práticas, não para ser a única época onde o assunto recebe atenção.

Dito isso, a melhor forma de profissionais seguirem este caminho é mantendo o olhar humano, além de estudarem e trocarem ideias com outros atuantes do segmento, a fim de conhecerem novos casos e aprimorarem a forma como atendem.

Ou seja, os especialistas precisam sempre ter em mente que todos possuem sentimentos e que cada um reage diferente em relação a uma determinada situação. Assim, é preciso conhecer cada paciente e fazer um atendimento personalizado e sem julgamentos.

Além disso, o profissional deve ter paciência, e saber ouvir, sem julgar, aquilo que o paciente tem a dizer. Em muitos casos, a abordagem verbal, por meio do atendimento humanizado, pode ser tão importante quanto o uso de medicamentos, para ajudar aquela pessoa a se sentir acolhida e valorizada, fortalecendo sua relação com o terapeuta.

Assim, podemos dizer que os diversos especialistas precisam estar unidos, sejam estes psiquiatras, enfermeiros, neurologistas, entre outros. Se todos apoiarem o Setembro Amarelo e ações de valorização à vida durante todo o ano, e mais do que isso, fizerem a diferença por meio dos atos do dia a dia, mais fácil será a transformação do cenário.

Parceria e confiança são as palavras-chave para atendimentos mais humanizados.

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medictalks.jpg *André Brandão é Fundador e CEO da Medictalks, plataforma digital de acesso gratuito com conteúdos feitos por médicos, para médicos, onde profissionais de todo o país compartilham experiências reais de vida e conhecimento científico relevante e atualizado. Por meio de videoaulas, cursos, artigos, webinars e podcasts, a healthtech cumpre a missão de democratizar o acesso ao conhecimento médico-científico confiável, atualizado e independente, contribuindo com melhores desfechos clínicos para pacientes em todo o Brasil.