No cenário atual, a polarização e a disseminação de informações falsas desafiam a gestão eficaz em saúde. Simultaneamente, a inteligência artificial (IA) surge como uma aliada poderosa, oferecendo avanços significativos na redução de erros médicos e na melhoria do atendimento ao paciente. Como gestores, é imperativo equilibrar a adoção dessas tecnologias com uma comunicação transparente e empática, garantindo que as inovações sirvam, acima de tudo, às pessoas.
Embora tenhamos evoluído além da pré-história, a essência da sociabilidade permanece. Hoje, dispomos da liberdade de filtrar e escolher as informações que consumimos, mas isso exige uma reflexão profunda: estamos realmente fazendo escolhas conscientes?
Vivemos em um mundo polarizado, onde opiniões divergentes, em vez de enriquecer o debate, muitas vezes se transformam em barreiras intransponíveis. O diálogo é substituído pela condenação, e a tendência de se isolar em bolhas ideológicas dificulta a construção de pontes entre perspectivas distintas.
Paralelamente, enfrentamos a era das fake news. As redes sociais democratizaram o acesso à informação, mas também ampliaram o alcance de boatos e desinformação. Se antes rumores corriam de maneira contida, hoje, a velocidade e a escala com que as mentiras se propagam são surpreendentes. A sofisticação da IA intensifica esse cenário, produzindo conteúdos falsos com qualidade quase cinematográfica.
Por outro lado, os avanços proporcionados pela IA na área da saúde são inegáveis. A análise de grandes volumes de dados, a detecção de anomalias e o suporte no diagnóstico estão transformando a prática médica. Essa tecnologia contribui para a redução de erros, aprimora o suporte às equipes assistenciais e possibilita decisões clínicas mais precisas, ao mesmo tempo em que otimiza processos e reduz custos desnecessários.
Diante desses desafios e oportunidades, a reflexão que proponho é clara: como gestores, estamos preparados para esse novo mundo? A inovação traz benefícios reais, mas não pode ofuscar o valor insubstituível do fator humano. Uma gestão eficaz em saúde exige não apenas o uso inteligente da tecnologia, mas também uma comunicação transparente e uma escuta ativa.
Acredito firmemente que ninguém detém todo o conhecimento. Cada pessoa tem algo a aprender e a ensinar. Humildade — palavra que deriva do latim húmus, terra fértil — é essencial para cultivarmos relações de aprendizado e crescimento mútuo.