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Vamos discutir o futuro da saúde?

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Hoje, a gestão do setor de saúde exige, necessariamente, a adoção de abordagens inovadoras utilizando tecnologias e indicadores que medem qualidade para garantir uma governança eficiente e a sustentabilidade a longo prazo. Isso nós já sabemos e tem sido amplamente discutido. No entanto, é fundamental somar reflexões sobre como chegar a uma saúde acessível a todos, usando não apenas o melhor da tecnologia, mas das práticas de gestão e forte uso de dados.  

As análises globais mais recentes sobre a área da saúde, que consideram o cenário pós-pandemia e projetam o setor para os próximos anos, convergem em alguns pontos: na adoção da transformação digital, passando pela expansão da prestação de serviços online, no risco do desequilíbrio financeiro e na recomendação do uso racional de dados como fonte de insights e informações confiáveis.

Um estudo da KPMG, divulgado em junho, relaciona como um dos paradigmas para o setor a adoção das tecnologias que promovam ações preventivas, ampliem o diagnóstico preditivo e estimulem a coordenação do cuidado baseadas em inteligência artificial e na nuvem. Em seu relatório anual, a Deloitte reforça a transformação digital, inclui a questão ambiental, a ampliação do acesso e outras estratégias essenciais para sedimentar o setor de forma sustentável.

Entre nós, já temos visto a adoção de muitas dessas estratégias, como a navegação do paciente orientada por plataformas digitais dentro de uma rede de saúde, utilizando fortemente dados fornecidos por sistemas de processamento de linguagem natural (NLP). No centro do cuidado, o paciente se beneficia da organização de diversas tecnologias que objetivam entregar a melhor resposta para sua condição clínica.  

Nesse sentido, a utilização inteligente dos dados e de novas tecnologias para promover melhores desfechos de saúde, ao mesmo tempo em que otimizamos os recursos e reduzimos os custos, reflete a nossa busca pela saúde baseada em valor.  

Tomar decisões baseadas em dados e informações contribui para uma entrega mais assertiva para médicos, gestores, pacientes e fontes pagadoras, que se beneficiam de uma visão mais ampla e precisa dos resultados clínicos, dos custos associados e da experiência do paciente. Cito, como exemplo, o uso de dados na operacionalização mais eficiente de fontes pagadoras, reduzindo em 50% o processo de pagamento de recursos. Ou, na via assistencial, como os algoritmos estão agilizando a leitura e produção de laudos diagnósticos, acelerando também o acionamento dos médicos quando padrões suspeitos são identificados. Sem dúvida, estamos caminhando na construção do futuro da saúde, mas precisamos debater como avançar mais neste caminho.

Nosso setor de saúde vem incorporando a maior parte das tecnologias e ações citadas nos estudos de forma consistente nos últimos anos, e já apresenta resultados interessantes. Dados indicam, por exemplo, que a adesão de pacientes e médicos às plataformas digitais tem aumentado consistentemente.    

E o que mais podemos fazer? Avançar na captação e mensuração de indicadores bem estruturados para avaliar todos esses avanços. Construir uma régua compartilhada e comparável entre os atores para promover a saúde baseada em valor de forma sustentável e nos fortalecer diante dos desafios que enfrentaremos.

Precisamos ter certeza de que podemos medir consistentemente, e de forma transparente e pública, a qualidade e pertinência do setor como um todo, de forma que os avanços e gargalos possam ser superados e as soluções sejam construídas coletivamente. Esse debate precisa avançar, pois a construção do futuro começa agora.