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9 aplicações da realidade virtual para a medicina real

Article-9 aplicações da realidade virtual para a medicina real

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A realidade virtual é uma das novas tecnologias com mais promessas até o momento. A criação de mundos virtuais é algo que pode revolucionar completamente a indústria dos jogos e do entretenimento, e que também pode criar aplicações muito interessantes para os cuidados com a saúde. Ela é uma das tecnologias que pode ser disruptiva em vários campos da medicina, do treinamento de futuros médicos até tratamento de casos psiquiátricos, cirurgias, reabilitação, entre outros. Nesse artigos vamos abordar as principais aplicações da realidade virtual que estão sendo desenvolvidas e mostrar para onde estamos caminhando com essa tecnologia

Antes de falarmos das aplicações em si, vamos definir o que é essa tecnologia. A realidade virtual é a criação de um mundo digitalizado, feito no computador.  Através dela a pessoa usa um óculos, ou entra em uma cabine (a forma não importa) e se sente como se estivesse em um lugar completamente diferente. Com o desenvolvimento dessa tecnologia, além da visão, outros sentidos estão sendo incorporados podendo incluir também sons, aromas e até sabor e tato.

Uma das primeiras aplicações das realidades digitais na medicina ocorre no treinamento de médicos e outros profissionais de saúde. A realidade virtual propicia um ambiente seguro de estudo no qual futuros médicos podem visualizar conceitos bem como treinar procedimentos sem colocar em risco a vida de pessoas de verdade.

A Universidade de Stanford, aqui no vale do Silício, criou um programa de realidade virtual onde médicos podem simular uma cirurgia endoscópica dos seios da face. Esse tipo de cirurgia pode ser bastante complicada devido a variações anatômicas entre os pacientes. Nesse laboratório, os médicos da Stanford usam a realidade virtual para simular e ensaiar a cirurgia que farão depois nos pacientes, com melhora significativa dos resultados.

O tratamento de pacientes psiquiátricos é outra aplicação importante da realidade virtual. A Universidade de Louisville está desenvolvendo um programa muito interessante utilizando a realidade virtual no tratamento de fobias. O tratamento oferece um ambiente seguro no qual o paciente pode ficar "face a face" com os seus medos, ensaiar estratégias de enfrentamento bem como quebrar padrões de comportamento frente a essas fobias.

Já a Universidade do Sul da Califórnia desenvolve, desde 1997, um programa de tratamento de pessoas que sofrem de stress pós traumático utilizando realidade virtual.  Esse programa é utilizado especialmente no tratamento de veteranos de guerra com bastante sucesso.

A realidade virtual também está sendo utilizada de diversas formas no tratamento da dor. A Universidade de Washington, por exemplo, desenvolveu um programa chamado Snoworld. O Snoworld é um jogo de realidade virtual que tem como objetivo inundar os sentidos do paciente durante o tratamento dos pacientes queimados. A limpeza das feridas das queimaduras é algo extremamente doloroso. Os pesquisadores descobriram que quando os sentidos dos pacientes estão conectados ao ambiente virtual do jogo, eles distraem os pacientes. É como se os circuitos da dor fossem desligados. O Snoworld chega a ser mais eficiente do que a morfina em alguns casos.

Outro programa de controle da dor muito interessante que utiliza a realidade virtual é o tratamento da dor fantasma, um problema comum em pacientes que sofreram imputações de membros e para o qual praticamente não existe tratamento. A realidade virtual ajuda a re-conectar o cérebro com a realidade do membro amputado, possibilitando estratégias de relaxamento e controle da dor.

Já a Universidade do Texas está desenvolvendo um projeto de realidade virtual para tratar pacientes com autismo. No programa os pacientes usam a realidade virtual para treinar as suas habilidades em situações sociais comuns como entrevistas de emprego e encontros românticos. É como se o Sheldon do Big Bang Theory pudesse ensaiar em um ambiente virtual como ter comportamentos socialmente aceitos.

Está provado que a meditação ajuda a aliviar o stress, sendo recomendada para melhorar a qualidade de vida de qualquer pessoa. A prática porém exige treinamento e algumas pessoas tem muita dificuldade em conseguir atingir o estado meditativo. Com a ajuda do Oculus Rift (adquirido pelo Facebook) as pessoas podem fazer meditações guiadas dentro de um ambiente virtual relaxante.

Esse mesmo princípio está sendo utilizado no tratamento de idosos e deficientes físicos. Pessoas acamadas ou com pouca possibilidade de locomoção podem ser transportados para outras realidades com melhora importante na qualidade de vida. Novamente aqui na Universidade de Stanford um projeto nesse sentido está sendo desenvolvido o SUSIE (Senior user soothing immersive experience - Experiência de imersão calmante para idosos), um programa que utiliza realidade virtual no tratamento de idosos com baixa mobilidade, levando-os para caminhadas entre árvores, passeios na praia ou até de bicicleta. Sucesso entre os avós o programa agora também está sendo utilizado para acelerar a recuperação de crianças hospitalizadas que com o auxilio de um óculos de realidade virtual são transportadas para dentro de um parque de diversões.

Como vocês podem perceber as aplicações da realidade virtual para a medicina são infinitas. Elas podem melhorar a qualidade de vida de uma enormidade de pessoas. No Brasil já existe um modelo de óculos que utiliza a tecnologia de realidade virtual, precisamos agora investir no desenvolvimento de aplicativos que podem utilizar essa tecnologia e adaptá-la em benefício dos nossos doentes.