Desde os primórdios da historia sempre se observou a existência de uma pessoa que tomava para si o processo de cuidar - o Enfermeiro.
No período pré cristão a função era desenvolvida por sacerdotes ou feiticeiras. Na bíblia, durante a saga do Egito e períodos posteriores, principalmente no velho testamento, pode-se notar que sempre existia um local onde se praticava a hospitalidade e o auxílio aos desamparados de forma gratuita. Moisés prescreveu preceitos de higiene e exame do doente assim como leis sobre o sepultamento de cadáveres para que não contaminassem a terra. Mas por muito e muitos anos a ciência relativa ao desenvolvimento de técnicas para diagnóstico de doenças e seu tratamento ficou estagnada, pois era senso comum a proibição da dissecação de cadáveres.
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Com o passar dos anos surgiram pessoas que tinham um olhar diferenciado em relação ao processo de vida e morte, de processos impuros passou-se a perceber a beleza que cada fato florescia ou encerrava. Provavelmente com este olhar, Hipócrates deixou de lado a crença de que as doenças eram causadas por maus espíritos e iniciou um processo contínuo de observação do doente, e assim fazia diagnóstico, prognóstico e determinava a terapêutica. Seu princípio fundamental na terapêutica consistia em "não contrariar a natureza, porém auxiliá-la a reagir". Eram utilizados tratamentos como massagens, banhos, sangrias, ventosas, uso ervas medicinais e medicamentos minerais entre outros.
Com o advento do cristianismo e a mudança de paradigmas em relação ao próximo o posicionamento de que o corpo adoecia e que tinha uma forma para tratamento tomou magnitude e dai em diante passamos da era dos chás e termas para complexas tecnologias com atividade direta no código genético das pessoas.
As práticas em relação a saúde nos últimos dois séculos destaca as práticas de enfermagem com um olhar que propicia o desenvolvimento desta atividade profissional como ciência num mundo de modelo econômico preponderantemente capitalista.
Neste modelo cresce e floresce a Enfermagem como prática profissional institucionalizada. Esta análise inicia-se com a Revolução Industrial no século XVI e culmina com o surgimento da Enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX.
Principalmente nos últimos 40 anos do no século XX, pode-se perceber a que a presença de quem cuidava era muito forte, e assim ao se configurar a enfermagem como ciência observou-se que houve um grande salto tanto na ciência em geral como na enfermagem com migração de tratamentos que evoluíram dos chás e banhos para uma enfermagem cientifica desenvolvida, praticada e recriada a cada momento em função do bem estar do próximo.
Durante os próximos encontros falaremos em particular de enfermeiras que colaboraram com seu conhecimento para esta enfermagem moderna. Mas para entendermos o que é o trabalho do profissional de enfermagem é importante saber como se compõe a categoria.
No Brasil temos um sistema de enfermagem que comporta três níveis profissionais com funções muito específicas no atendimento da população agora não só a doente, mas também a preventiva e a que promove saúde: o enfermeiro, o técnico de enfermagem e o auxiliar de enfermagem.
Por legislação específica para o exercício profissional cada um tem limites bem estabelecidos no seu fazer e no cuidar em enfermagem.
São atribuições específicas:
Enfermeiro:
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem;
e) consulta de enfermagem;
f) prescrição da assistência de enfermagem;
g) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;
Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, assim como participação no planejamento da assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro.
Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento.
*Enfermeira Sarah Munhoz, Professora Doutora da UNISA
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