De 2000 a 2009, a proporção de profissionais do sexo feminino no universo de médicos registrados no Brasil subiu quatro pontos percentuais - de 35,5% para 39%, o que indica uma tendência de feminilização da profissão. Essa tendência fica mais evidente quando se comparam os ritmos de crescimento no universo de cada gênero: o número de médicas aumentou 39,8% no período; o de médicos, 20,1%. Os dados são de pesquisa do Conselho Federal de Medicina.
No entanto, de acordo com o CFM, percebe-se que esta tendência se consolida se considerarmos apenas os novos médicos neste período, ou seja, aqueles que se inscreveram nos conselhos regionais de medicina entre 2000 e 2009 após a conclusão de seus cursos universitários.
No período, houve a inscrição de 67.885 novos médicos nos conselhos regionais. Sendo que 50,08% (33.999 profissionais) eram mulheres. Na série histórica, apenas em três anos houve um total de indivíduos do sexo masculino inscritos é superior ao de indivíduos do sexo feminino.
A relação com o aparelho formador
O levantamento aponta que não há uma relação direta entre a concentração de médicos e a abertura de escolas ou oferta de vagas em cursos de medicina. O CFM alega que não há fixação automática do profissional no local de formação, mas sim migração dos médicos formados para regiões com mercado profissional mais atrativo.
Estados do Nordeste, como Ceará, Paraíba e Bahia, com grande número de escolas e vagas têm baixa concentração de médicos, se comparados a Estados do Sudeste e Sul. Unidades da federação com altas taxas de habitantes por médicos, como Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo não estão entre aquelas com maior oferta do número de vagas em escolas médicas.
"O fenômeno da feminilização da Medicina, que se configura contínuo, tem impacto direto nos processos de interiorização da assistência e mesmo na oferta de serviço em zonas urbanas de difícil provimento. São condições específicas que também merecem o olhar atento do gestor", afirmou o Conselho.
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