Muitas pessoas não se preocupam com falhas na visão. Algumas acham que é normal ter dificuldade para enxergar à noite, por exemplo. Mas quem tem sintomas como a cegueira noturna deve ficar atento. Este é o primeiro sinal da retinose pigmentar.
Essa doença genética causa a degeneração da retina, podendo levar o paciente progressivamente à cegueira. Isso ocorre porque a enfermidade ataca os bastonetes, células do olho responsáveis pela visão das formas e dos contrastes.
O oftalmologista especializado em retina, Dr. Ramon Barreto Neto, do Visão Institutos Oftalmológicos, explica que a doença apresenta diversas mutações genéticas. “A patologia inicia prejudicando a visão periférica e a noturna. Com o passar do tempo pode afetar a visão central do paciente, levando à cegueira”, detalha.
O diagnóstico da retinose pigmentar é feito por meio da avaliação dos sintomas, além da realização de exames. Por ser uma doença hereditária, alguns testes genéticos e de eletrofisiologia ocular podem ser feitos para alcançar um diagnóstico mais preciso.
“Nem sempre o portador da mutação genética apresenta a enfermidade. Porém, o gene da retinose pigmentar poderá ser transmitido para a próxima geração”, ressalta o especialista.
De acordo com o oftalmologista não existe cura para esta enfermidade. Além disso, a medicina ainda não encontrou métodos devidamente comprovados cientificamente que retardem a progressão dessa doença.
Dr. Ramon Barreto Neto lembra que apenas complicações como o edema macular cistóide, que pode se manifestar em portadores de retinose pigmentar, tem tratamento disponível.
Entretanto, o médico destaca que existem pesquisas relacionadas ao uso de células tronco e de implantes de chips retinianos. “Esses estudo ainda são muito iniciais. É preciso aguardar mais informações”, conclui o oftalmologista.